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Polêmica

Grife brasileira é acusada de usar trabalho escravo

Redação Bonde com Assessoria de Imprensa
20 dez 2018 às 16:46

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- Reprodução/Instagram
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A grife Amissima, conhecida por vestir influenciadoras de sucesso, foi acusada de confeccionar roupas por meio de trabalho escravo. A investigação comandada por auditores fiscais do trabalho em São Paulo constatou que a marca contratou, pelo menos, duas oficinas de costura, das 25 que produzem exclusivamente para a marca, nas quais os trabalhadores são submetidos a condições análogas a de escravo. O Ministério do Trabalho autuou a grife por 23 irregularidades, resultando em uma dívida de R$ 553 mil em indenização aos trabalhadores.

Segundo reportagem do The Intercept Brasil, as oficinas funcionam em imóveis degradados, cujos ambientes são abafados e inseguros. O teto de isopor e a ausência de extintores agravam os riscos de incêndio no local, que também funciona como casa para os trabalhadores e suas famílias, principalmente de imigrantes sem carteira assinada. O trabalho vai das 8h às 22h, com poucos intervalos para refeições feitas no mesmo ambiente.

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Os funcionários da oficina trabalham sob um esquema de divisão de pagamento, no qual recebem um terço do valor da peça. Assim, dos R$ 9 que a Amissima paga por produto, apenas R$ 3 vão para o costureiro. Na loja online da marca, é possível encontrar peças vendidas por mais de R$ 800.

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Contatado pelo The Intercept, o CEO da Amissima, Jaco Yoo, afirmou que errou ao não fiscalizar as condições de trabalho nas oficinas e lamentou pelos imigrantes sem documentação. Além disso, disse que pagava semanalmente as oficinas e prometeu contratar metade dos costureiros para trabalhar na empresa.

No comunicado publicado no site oficial, a marca afirma que, desde a notificação, arcaram imediatamente com as indenizações morais e trabalhistas das pessoas envolvidas, reconhecendo a falha por não fiscalizar a cadeia produtiva. "Manifestamos nosso total repúdio a qualquer forma de trabalho que ofenda a dignidade humana e ao descumprimento, por parte dos nossos fornecedores, de regras estipuladas em contrato, regidas pela legislação trabalhista brasileira", diz a nota.


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