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Entenda!

Exame de DNA promete escolher melhor creme para sua pele

Paula Roschel - Universa/Folhapress
31 mar 2020 às 10:12

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- Reprodução/Pixabay
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O mundo começou a ter uma visão diferente sobre o exame de DNA quando foi noticiado que a atriz Angelina Jolie faria uma cirurgia de retirada e reconstrução das mamas após testes, como medida preventiva contra o câncer. Até então, o tema estava mais ligado a protocolos de descoberta da paternidade.

De lá para cá, as análises genéticas se transformaram em atividades corriqueiras para pessoas que desejam, de certa forma, prever o futuro da saúde através de códigos complexos e, para leigos, indecifráveis. Essa atividade começa também a se popularizar no terreno da beleza.

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Foi então que decidi entrar na onda e fazer um teste que mostrasse um pouco mais sobre a minha pele. Achar exames genéticos é relativamente simples. Ao procurar o termo nas ferramentas de busca online, já há uma ampla oferta dos que apontam questões sobre a ancestralidade. Nesses, o resultado é um mapa que indica a porcentagem da origem do seu DNA pelo mundo, de acordo com um banco genético global.

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Descobri que "ou 26% italiana, entre outras porcentagens europeias, e 5% indígena. Para identificar de onde são meus ancestrais o custo é de R$ 199, por meio de uma das plataformas. Na empresa que fiz o teste, esse tipo de serviço cresceu 700% no Brasil em 2019.

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Apesar de tanta gente estar curiosa para saber mais sobre seus laços geográficos e culturais, o que eu queria mesmo entender era como esse tipo de exame poderia me auxiliar a manter a saúde e a beleza da pele. Para isso, dentro da mesma coleta, o é preciso investir um pouco mais.


No plano "standard" da plataforma, por R$ 499, consegui mapear meus ancestrais e também ter uma análise nutricional, sobre meu desempenho em atividades fitness e, claro, sobre a pele.

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Descobri, na aba "skin" do site do laboratório, que tenho "sensibilidade padrão ao sol". O que isso significa? Que minha probabilidade para bronzeado é intermediária - não me bronzeio muito, mas também não fico tão morena. Ok, isso bateu com a minha realidade.


Porém, já em um subgrupo de análise, o teste me informa que tenho maior risco para fotoenvelhecimento. Então, se eu abusar do sol, provavelmente, não vai ter creme antirrugas que me ajude.

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Todas essas explicações aparecem ao lado do marcador, em linguagem simples, mas aconselho levar ao dermatologista o resultado que fica disponível no site. O resultado fica pronto em um mês depois da coleta ser feita em um dos laboratórios da marca, através da saliva. Aliás, é sempre indicado ter um dermatologista para aconselhar a execução do teste.


Já me sentindo em um filme de ficção científica e uma sessão de leitura mística do futuro, descobri que tenho propensão a quadros de acne. Segundo a empresa, a baixa expressão do gene Sell indica diminuição do acúmulo de células de defesa do organismo no local da ferida, retardando a cicatrização da acne. O resultado não tem uma escala de "risco", diz apenas se ele é elevado ou padrão.

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Também há informação sobre tendência a desenvolver deficiência de vitaminas associadas à saúde da pele; como D, C e E. De grande interesse do público masculino, o teste também analisa o risco de desenvolver calvície.


Mas o que a ciência acha de um teste como esse, quando realizado com indicação médica?

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"Alguns dos fatores analisados nesse tipo de exame já deciframos, como profissionais da saúde, na prática diária, indicando cremes e tecnologias e observando os resultados. Em teoria, eles ajudam os dermatologistas a indicar o que é melhor para cada paciente, de acordo com o seu gene, em uma abordagem mais precisa", diz Paola Pomerantzeff, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, de São Paulo.


Testes genéticos não avaliam a pele exteriormente, mas o que seu DNA tem a dizer sobre ela. "Eles são capazes de indicar predisposições ligadas a mutações, como a maior chance de inflamações, de hipersensibilidade e de reatividade. Sendo assim, permite que se evite exposição a procedimentos mais agressivos, para pessoas mais sensíveis, como um laser invasivo", diz Claudia Marçal, médica dermatologista, de Campinas (SP).

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Então, é possível pegar a análise e entender o que fazer com a pele daqui para frente? Na verdade não é bem assim.


"A limitação do exame é sempre saber que nenhuma análise clínica isolada faz um diagnóstico. O paciente então deve ser avaliado de forma global, levando em consideração o histórico pessoal, familiar, tipo de vida, idade, fototipo e queixas que ele leva ao consultório", enfatiza Claudia.


Mesmo com base científica, ele faz parte então de uma somatória de fatores, deixando o dermatologista e bons hábitos de vida ainda como essenciais para a manutenção da saúde da pele.


Onde fazer?


É possível fazer o teste qualquer laboratório de exames clínicos habilitado para oferecer exames de genética e biologia molecular.

"A análise é realizada utilizando-se várias metodologias e a importância do genótipo é encontrada em vários bancos de dados. Os mais utilizados são o PUBMED e o SNPEDIA. São bancos de acesso público, mas, em proporção, ainda há poucos dados brasileiros", diz Marcelo Sady, geneticista pós-doutorado em genética, de Botucatu (SP).


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