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Desconstrução

Desfiles inusitados marcam a Semana de Moda de Milão

ANSA
27 fev 2018 às 08:24

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- Reprodução
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A edição de outono-inverno 2018/19 da Semana de Moda de Milão começou na última semana e termina nesta terça-feira (27).

Iniciando os desfiles na capital da Lombardia, a marca italiana Moncler mostrou o resultado do projeto "Genius", "coleções-cápsulas" mensais assinadas por grandes estilistas. Alguns deles são Pierpaolo Piccioli (Valentino), Kei Nonomya (Noir), Craig Green, Simone Rocha, Hiroshi Fujiwara (Fragment), Francesco Ragazzi (Palm Angels), Sandro Mandrino e Karl Templer.

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A quarta-feira (21) foi marcada pelo desfile da Gucci, que levou para as passarelas a tese do "Manifesto Cyborg", da filósofa feminista Donna Haraway. Com um cenário diferente, o conceito refletiu o trabalho do designer Alessandro Michele com cortes inusitados, usando materiais e tecidos para criar uma nova personalidade e identidade.

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Os modelos transformaram o desfile convencional em um momento único e inovador. Alguns desfilaram carregando embaixo do braço réplicas de suas próprias cabeças. Com outros, acessórios de cabeça humana deram lugar a animais como camaleão e dragão.

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No dia seguinte, a Fendi entrou na passarela com cores vibrantes e muita estampa de "oncinha". Peças desenvolvidas com cortes diferenciados, tudo remetendo ao moderno. A Prada marcou o dia de sua apresentação por escolher a jovem negra Anok Yai, de 19 anos, para abrir o desfile. A última vez em que isso havia acontecido foi com Naomi Campbell, em 1997.


"Sou a primeira mulher negra a abrir [um desfile] para a Prada desde a rainha Naomi Campbell, grata para sempre", disse Yai horas depois de ter feito história na passarela da Semana de Moda de Milão. No desfile da Tods, modelos como Gigi Hadid e Liu Wen caminharam pela passarela segurando filhotes de cachorros, de buldogue e chihuahua, que roubaram a cena. A marca fez uma referência ao horóscopo chinês, que celebra o ano do cachorro em 2018.

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Ainda na sexta-feira, o estilista italiano Antonio Marras, conhecido por suas colaborações no teatro e cinema, convidou o público a embarcar em uma viagem imaginária em um navio com imigrantes. A ideia central do estilista foi fazer uma homenagem a todos os imigrantes, aqueles que partiram para os Estados Unidos, muitos deles italianos, assim como os que chegam hoje à Europa.


Fechando o dia, o brasileiro do Rio Grande do Sul João Knorr, 17 anos, abriu o desfile da grife Versace. O jovem já foi jogador de vôlei profissional e chegou a integrar a seleção gaúcha, mas agora aposta na carreira de modelo internacional.

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O final de semana ficou marcado pelas criações de Salvatore Ferragamo. Em uma nova fase, o estilista italiano levou para seu desfile peças desenhadas por Paul Andrew e Guillaume Meilland. Um ícone da temporada é a pele, de lã pura, sarja de seda, ou algodão macio. Para as mulheres há casacos em pele com forro de caxemira e ponchos em pele de carneiro.


Os sapatos reeditam a fórmula de Ferragamo de 1930, levando às passarelas um salto de três alturas diferentes, com acabamento metálico. A grife foi seguida por Giorgio Armani, que veio com a proposta de inclusão "gentil". Armani afirma sempre ter pensado em um trabalho que respondesse ao presente, porque para ele as roupas influenciam o comportamento e os modos de ser.

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"Não queremos, a todo custo, exagerar com uma emoção fácil", disse ele, referindo-se à espetacularização do desfile de Alessandro Michele, diretor da Gucci, que abordou o "Manifesto Cyborg".


O estilista preferiu misturar sinais de mundos diferentes, recebendo vestígios de outras culturas, e depois ligando tudo ao que ele chama de "gosto pela elegância linear".

Já no domingo, a Dolce & Gabbana inovou usando drones no lugar de modelos em alguns momentos. Os dispositivos voadores entraram carregando a nova coleção de bolsas, antes de modelos apresentarem a tendência outono/inverno.


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