Em busca do corpo ideal, os jovens têm procurado por cirurgias plásticas cada vez mais cedo. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, nos últimos quatro anos houve um aumento de 141% nas cirurgias em adolescentes. Mas será que vale a pena realizar uma intervenção estética antes dos 18 anos? E qual o papel dos pais na hora de autorizar ou não a intervenção?
O cirurgião plástico Ernesto Novoa, da Life Clínica, em Campinas, explica que, de maneira geral, não há uma idade mínima pré-estabelecida para a realização das cirurgias plásticas e que é muito importante analisar as particularidades de cada caso. "Em primeiro lugar, é preciso verificar o real beneficio a ser obtido e se a expectativa do paciente corresponde a realidade possível. Nesse momento, cabe ao médico orientar o paciente e os pais se a queixa é justificável ou não e apresentar alternativas menos invasivas, quando possível".
O próximo passo é avaliar o estágio de desenvolvimento do corpo do adolescente. "Para alguns procedimentos, como rinoplastia ou a ginecomastia, por exemplo, o indicado é que o crescimento já tenha sido estabilizado. Já no caso das próteses de silicone para as mamas, é preciso que a paciente tenha tido completo desenvolvimento das mesmas e liberação de seu ginecologista", explica.
Para tomar a decisão, o ideal é que haja ainda consenso com os pais. "Quando o paciente é menor de idade, a responsabilidade e a palavra final é dos pais, pois o jovem não tem idade suficiente para tomar uma decisão como essa", lembra o cirurgião. "Nem sempre o indicado para o quadro apresentado é a cirurgia. Às vezes, o acompanhamento psicológico é o melhor caminho. Vale uma conversa franca com os filhos para saber se realmente a cirurgia é a decisão correta".
Por fim, o adolescente deve ter plena compreensão dos riscos envolvidos no procedimento e maturidade para encarar a fase de recuperação. "É preciso muita disciplina no pré e pós operatório para não haver complicações. Em relação ao risco cirúrgico, ele é o mesmo de um adulto, mas vale considerar que geralmente os jovens costumam ser mais saudáveis e ter uma rápida recuperação", finaliza o especialista.