Cientistas de beleza e cuidados pessoais da Procter and Gamble (P&G), empresa de bens de consumo, sequenciaram o genoma do fungo causador da caspa, que resultou no aperfeiçoamento do combate ao problema e na descoberta de outros impactos negativos na saúde da população.
Aparentemente uma questão estética, a caspa vai muito além de uma má impressão gerada pelas escamas que se desprendem do couro cabeludo e comprometem a aparência da pessoa. Controlável, a doença é resultante de um fungo que, de acordo com um estudo de pesquisadores norte-americanos, também pode afetar crianças, pessoas que sofrem de enfermidades autoimunes, alergias de pele e complicações respiratórias.
Durante muitos anos, cientistas acreditaram que o Malassezia furfur era o fungo desencadeador da caspa. Entretanto, com o uso da ciência molecular, da bioinformática, e com um trabalho intenso aliado ao avanço da tecnologia, descobriram e confirmaram que a espécie correta do fungo é a Malassezia globosa (M. globosa). A sequência completa do genoma causador da doença está publicada no estudo Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
"O que começou como um esforço para desvendar o mecanismo por trás da caspa também abriu as portas científicas para o desenvolvimento e aperfeiçoamento de tratamentos da caspa e muitas outras condições relacionadas com o Malassezia," disse James Schwartz, PhD e pesquisador de beleza e cuidados pessoais da P&G.
Sintomas e Tratamento
Os sintomas de caspa e da dermatite seborreica ocorrem quando três fatores se apresentam simultaneamente: suscetibilidade genética a uma resposta inflamatória, a presença de sebo no couro cabeludo e a presença de M. globosa. A aposta dos especialistas para um tratamento eficaz é o uso de xampus que contenham piritionato de zinco, solução mais indicada para conter o fungo M. globosa.