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Cicatrização da pele depende de fatores genéticos

07 jan 2011 às 08:54

Uma das primeiras preocupações de quem vai se submeter a uma cirurgia é em relação à cicatrização. Este processo depende do organismo de cada pessoa e só é possível saber como ficará a partir da cicatrização de algum corte ou machucado. De acordo com o cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) Alderson Luiz Pacheco, a cicatriz depende da genética de cada paciente. "A queloide e as cicatrizes hipertróficas são determinadas por fatores genéticos, que causam cicatrizes anômalas. Normalmente o organismo possui mecanismos que detectam quando a cicatriz reparou o dano causado e o processo é interrompido, mas nestes casos a produção de tecido continua e ultrapassa a região reparada", explica.

Segundo Pacheco, a cicatriz é um tecido fibroso, que preenche o espaço do tecido que sofreu o trauma – ou seja, a área do corte – mantendo a parte interna do corpo segura. A textura deste tecido é diferente da pele normal e pode ser sentida ao apalpar a região ou percebida visualmente. "Pessoas afrodescendentes ou de origem asiática têm maior propensão a desenvolver queloides, sendo que pessoas altamente pigmentadas apresentam quinze vezes maior freqüência de ocorrência deste tipo de cicatriz", aponta.


A diferença entre a queloide e a cicatriz hipertrófica é que a segunda não ultrapassa a região lesionada e com o tempo pode regredir, a ponto de ter um aspecto visual de boa qualidade se tratada adequadamente. "Em ambos os casos o melhor tratamento é a prevenção", ressalta o cirurgião.


Tratamento da cicatriz deve começar ainda na recuperação


De acordo com Pacheco, a queloide surge após três meses de cirurgia, mas o tratamento para evitá-la começa logo após o início da recuperação. "É recomendado o uso de bandanas elásticas e fita adesiva de silicone no local. A fita além de fazer a compressão, reduzindo o fluxo sanguíneo e a produção excessiva de colágeno, hidrata a pele por absorção de oléo mineral existente no silicone e atua de forma eletromagnética na cicatriz", ressalta.


Uma alternativa para o tratamento da queloide é a aplicação de corticóide através de injeção. O procedimento diminui a produção de colágeno e reduz a inflamação. "A injeção diminui a espessura da cicatriz e alivia a coceira e a dor, porém pode provocar manchas na pele e até úlcera se for aplicada fora da queloide. O procedimento pode causar dor, por isso é recomendado anestesia local", observa.


Outra opção para tratar a queloide é a betaterapia, procedimento que consiste em irradiar a cicatriz através de uma placa que contém o átomo radioativo estrôncio, e é semelhante à radioterapia. "Este tratamento é eficaz desde que seja feito no máximo 48 horas após a cirurgia e pode

Pacheco explica que se a queloide não puder ser evitada, existem outros tipos de tratamento que são utilizados com o objetivo de diminuí-la. "É possível fazer uma cirurgia reparadora para eliminar os excessos de tecido, mas se este procedimento não for associado a outro tratamento, o índice de reincidência é acima de 50%, número considerado alto", enfatiza o médico. Pacheco explica que se a cirurgia for associada a Betaterapia, este percentual cai para 20 %. "A técnica cirúrgica é muito importante para a ressecção da queloide, assim as margens da lesão são mantidas, a pele não identifica que foi agredida e não produz novo colágeno, ou seja, não refaz a queloide", finaliza.


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