Setembro é o mês mundial de prevenção ao suicídio, campanha mais conhecida como Setembro Amarelo, criada em 2014. A cor foi escolhida pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como símbolo do programa que incentiva aqueles que têm pensamentos suicidas a buscar ajuda. Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos, de acordo com dados da OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde) e, segundo o Ministério de Saúde, mais de 96% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais, depressão, transtorno bipolar e/ou abuso de substâncias – números que colocam essa entre as três principais causas de morte de pessoas de 15 a 29 anos no mundo.
A implantação do Setembro Amarelo tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do tratamento, como explica o coordenador do curso de psicologia da Unopar Arapongas, mestre em psicologia do desenvolvimento da aprendizagem, Rafael Armelin. "Um aspecto que deve ser considerado é a necessidade de informação a respeito desse tema e conscientização da população por meio do debate, para que se possa efetivas as condições que possam ajudar as pessoas que pensam em suicídio. A campanha busca dar mais visibilidade ao assunto, mas é importante destacar que é necessário buscar auxílio profissional e informação para tentar ajudar aqueles que precisam, ao longo do ano todo, e não apenas no mês de setembro", afirma.
De acordo com a OMS, mais da metade de todas as pessoas que cometem suicídio têm menos de 45 anos. Para diminuir essas estatísticas, o diálogo sobre o tema é fundamental. "É necessário criar espaços para que as pessoas com ideias suicidas possam verbalizar o que estão sentindo. Só assim poderemos diminuir o tabu que foi construído a respeito do suicídio em nossa sociedade, possibilitando que as pessoas tenham espaço para falar sobre o seu sofrimento, buscando desenvolver estratégias que auxiliem a prevenção ao suicídio. Lembrando que a própria OMS reconhece o suicídio como uma prioridade de saúde pública, sendo necessário procurar ajuda especializada para acolher e encaminhar as pessoas para o tratamento dentro de uma abordagem com enfoque multissetorial", complementa o psicólogo.
Armelin explica também que pessoas próximas podem desempenhar um papel positivo na prevenção ao suicídio. "Os familiares e amigos precisam procurar compreender o suicídio e entender o sofrimento pelo qual a pessoa está passando. É importante conhecer as formas de ajudar e encaminhar para tratamento profissional adequado, mas, também, procurar ajuda para si, caso necessário.”, finaliza.
Para a OMS, suicídio é uma prioridade de saúde pública. No Brasil, o CVV, Centro de Valorização da Vida, atende voluntária e gratuitamente aqueles que quiserem e precisarem conversar, sob total sigilo, por telefone (basta discar 188), e-mail e chat 24 horas todos os dias. O centro realiza apoio emocional e prevenção.