Família

Saiba o que fazer quando seu filho morde ou é mordido pelos amiguinhos

22 jun 2015 às 10:35

Se você já tem filhos, sabe que a mordida é uma reação comum nas crianças pequenas, embora esse comportamento costume deixar muitos pais de cabelo em pé. Quando uma criança 'ataca' outra a mordidas o clima fica constrangedor, tanto para os pais da criança que agrediu como para os da criança que foi mordida.

Mais do que uma reação de raiva, as mordidas dadas pelos pequenos são uma forma de comunicação e de expressão de sentimentos, e nem sempre expressa agressividade. De acordo com especialistas, o que a criança deseja ao morder um amiguinho não é agredi-lo, mas sim obter de forma rápida algum objeto ou chamar atenção.


A psicóloga infantil e diretora da Escola Gaia, Suzy Fortis, explica que as mordidas iniciam por volta de um ano de idade e podem seguir até por volta dos 2 anos e meio, quando a criança finalmente passa a se expressar com mais clareza. Além disso, lembra Suzy, o comportamento é mais frequente na escola porque hoje as crianças passam a conviver com outras cada vez mais cedo no ambiente escolar.


Suzy destaca que as mordidas são usadas em diversas situações e que a criança vai avaliando quais os efeitos que elas têm, ou seja, ela morde e depois vê o que acontece. "Elas mordem em situações de disputa, quando estão bravas ou até mesmo como forma de expressar felicidade. Isso acontece porque ainda não sabem se expressar muito bem verbalmente, então apelam para outras formas de expressão".


Questão de exemplo


De acordo com Marilene Proença, diretora da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (Abrapee) e professora do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, as crianças não nascem sabendo dar mordidas, assim como não nascem sabendo dar tapas ou puxar o cabelo. Quem ensina as crianças a morder, beliscar ou a bater são os próprios adultos e as crianças mais velhas "Os adultos têm esse tipo de brincadeira, dizendo 'vou morder você, vou apertar sua bochechinha'. A criança assiste a essas formas de comunicação e a partir daí vai usando esses meios para se comunicar também" diz Marilene.


O que fazer quando seu filho morde?


Quando a criança morde outra pessoa, seja adulto ou criança, é importante que os pais ou responsáveis no momento da agressão a façam refletir sobre o que fez, para que entenda que há outras maneiras de conseguir o que deseja. "O adulto deve mostrar à criança que há outros meios de expressar-se ou de conseguir o que se quer. Pode-se dizer, por exemplo: 'se você não gostou do que ele fez, vamos dizer isso a ele', ou 'você quer o brinquedo? Então vamos pedir o brinquedo'", orienta Marilene.


A especialista afirma que o adulto deve mostrar à criança que a linguagem é a forma certa de se obter as coisas. Quando esse ensinamento não é dado logo cedo, as crianças crescem e mantém as atitudes corporais para conseguir o que querem, como morder e fazer birra. É o que se vê quando crianças mais velhas se atiram no chão e fazem escândalo sempre que são contrariadas.


Ela acrescenta que tanto a escola quanto os pais devem aproveitar essas situações para ensinar à criança as regras de convivência.


E quando seu filho for mordido?


Se ter um filho que morde coloca os pais numa saia-justa, por outro lado, ver que a criança chega em casa quase todos os dias com marcas de mordidas pode ser tão doloroso para a criança quanto para os pais. Nesses casos, o ideal é procurar a coordenação da escola, dizer que isso não pode acontecer e procurar entender o que houve para gerar essa situação. A criança mordida deve ser acolhida e incentivada a expressar seu descontentamento, porém nunca deve ser incentivada a revidar, ou seja, a morder também. "A escola e os professores devem dar uma atenção especial à criança agredida, mostrando que ela precisa reagir, não revidando, mas se defendendo das mordidas e buscando a ajuda dos adultos", explica Simone Aquino, coordenadora da Escola Gaia.

Quanto aos pais é importante que entendam que é a fase das mordidas é comum, um tempo de desenvolvimento e aprendizado. Assim, não adianta brigar ou tentar punir com a criança nesta fase, já que ela não está pronta para absorver os motivos da punição. (Com informações da Escola Gaia - www.escolagaia.blogspot.com.br - e Educar Para Crescer)


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