Ciúme de irmão é natural, o que não significa que você não precise se preocupar com isso. A vinda de um bebê mudará a vida de toda a família e isso precisa ser conversado durante a gravidez. A ideia não é pintar um paraíso para que a criança aceite o irmãozinho, mas adotar uma postura realista e construir uma relação de parceria e de cumplicidade entre todos de casa.
Por onde começar
Especialistas dizem que entre 2 e 3 anos de idade, é mais difícil a criança aceitar essa novidade, uma vez que a ligação com os pais ainda é muito forte. Ao mesmo tempo, segundo a psicóloga clínica Elizabeth Brandao, professora de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), nessa fase os filhos já entendem o que os adultos têm a falar. "Desde que o pequeno tenha um repertório verbal e que saiba se expressar, ele compreende as explicações. O importante é adequar a linguagem e não deixá-la sem resposta, pois conversar acalma", diz Elizabeth.
Por onde começar
Livros dedicados ao tema são um ótimo ponto de partida. Existem obras que, por exemplo, contam essa história de forma lúdica e de fácil entendimento. Elisabeth explica que, independentemente da sua escolha de como dialogar, mostrar a realidade é a melhor preparação.
Isso quer dizer que, em vez de apenas reforçar as coisas boas de ter um irmão, é preciso destacar que nem tudo será fácil. "As mães devem ter consciência que um novo nascimento vem acompanhado de fortes transformações para a família, além de uma imensa alegria. Os pais, hoje, têm uma expectativa muito idealizada, romântica, e, muitas vezes, não se antecipam às mudanças no dia a dia", afirma Elizabeth.
O ideal é explicar as vantagens de ter uma companhia para as brincadeiras, o que compensará o fato de as atenções se voltarem mais, no primeiro momento, para o caçula. "Diga que um bebê não anda, não sabe se comunicar verbalmente e necessita de acompanhamento no começo."
Trabalho em equipe
O envolvimento é uma ótima alternativa. "Chame o primogênito para ajudar na escolha do enxoval, para arrumar o quartinho e participar das atividades.
Esse tipo de atitude reforça a sensação de acolhimento, diminuindo a possibilidade do medo de que os país já não amarão como antes, diz a psicóloga Marina Vasconcellos.
Ciúme é normal
Apesar dessas e de outras medidas, as birras e as manhas são consideradas normais. Mas tudo tem limite. Por isso, é preciso encontra um equilíbrio entre as concessões e as negativas.
Algumas crianças voltam a demonstrar comportamentos para atrair a atenção, como interagir de maneira infantilizada, pedir a chupeta ou a mamadeira ou rastejar no chão. Não se aflija, pois essas reações são vistas pelos especialistas como aceitáveis.
Isso muda de figura quando o bebê vira alvo de agressões, a exemplo de puxões de cabelo ou tapas. Nesses casos, seja dura, diga que atitudes como essas não serão toleradas.
Ensine que se pode falar, reclamar e pedir atenção, mas nunca machucar. "Em geral, com uma postura firme, essa situação acaba muito rapidamente. Deixe claro que o novo membro a família precisa ser amado como todos de casa", acrescenta Elizabeth.
O papel do pai
A figura masculina é o ponto de alívio para a mãe e para os filhos mais velhos, principalmente após o parto, quando a mulher dedica seu tempo a amamentar, a dar banho e aos demais cuidados.
Elizabeth Brandão conta que o pai deve entender que este é o momento de brincar, dar atenção e afeto. Também é fundamental sair com a criança, tirá-la um pouco da rotina de dedicação ao bebê. (Fonte: Portal Vital / Unilever)