Família

Saiba como 'negociar' o presente de Natal com os filhos

16 nov 2011 às 09:23

Esse ano voou e, por incrível que pareça, o Natal já está bem próximo. Essa data é o momento mais aguardado do ano para a troca de presentes entre amigos e familiares, já que presentear é um gesto para demonstrar como somos gratos às pessoas que tocam a nossa vida de alguma forma. Para as crianças, é a data mais aguardada depois do aniversário, pois entendem que os melhores presentes, esperados o ano todo, podem chegar a qualquer momento.

Mesmo com o orçamento apertado, os pais acabam cedendo à tentação de comprar "aquele" presente aos filhos, porque a justificativa do Natal é: "Se você passar de ano, no Natal lhe dou o presente que você quer". Aí, não tem jeito. Promessa é dívida (ou mais uma dívida) e crianças serão sempre crianças. O correto é realizar um planejamento já no início do ano prevendo gastos maiores, com presentes melhores, em determinadas datas. Assim, não será preciso atrelar desempenho escolar com presente de Natal e nem ficar digladiando com parcelas do cartão de crédito, em até 4 ou 6 meses, depois que o Papai Noel já se foi e deixou você com a conta para pagar.


Como nem tudo que é ideal está perto do real, o melhor mesmo é antecipar-se e conversar abertamente com a criança sobre seus planos para os preparativos do Natal. Se o dinheiro da família estiver curto, é justo que ela seja informada da maneira mais razoável possível para que possa entender o que está acontecendo, se prepare emocionalmente e não se depare com nenhuma grande surpresa.


Para ilustrar o caso, vale um diálogo (extraído de um filme) onde dois adultos conversavam e um dos personagens comenta: "Não sei por que, mas todos os anos, alguns meses antes do Natal, minha mãe me dava um catálogo para escolher um brinquedo que eu desejaria ganhar. Todos os anos ela sempre me dava um presente que estava no item da promoção e que era bem diferente daquilo que eu escolhia no catálogo. Uma vez escolhi um ventríloquo e ela me deu uma marionete horrorosa".


Natal é momento de confraternização e não de ter que dar explicações, muitas vezes sem fim, sobre o presente "genérico". Isto não faz o menor sentido na cabeça de uma criança. Agora, aquelas que já sabem listar quais os presentes podem ganhar, compreendem que o Papai Noel ainda não bateu a meta da linha de produção.


Envolver as crianças com as atividades natalinas é uma boa alternativa para um simples contato com os gastos envolvidos no preparativo das festas. Levá-las ao supermercado para realizar uma pesquisa de preços é de grande surpresa e satisfação para elas, já que normalmente não são envolvidas em nenhum tema relacionado ao mundo das finanças da família. É surpreendente e curioso o modo como trabalham alternativas quando são envolvidas neste tipo de atividade. Basta que a oportunidade seja dada e os pais estejam abertos a ouvi-los. Muita coisa nova pode acontecer.


Depois da atividade é de grade valia sentar com a criança e mostrar a soma das despesas; isso ajuda os pais a abrir um canal para a conversa sobre pontos que poderiam ser revisados, inclusive os presentes: é preciso ser coerente e mostrar que a família está disposta a gastar "X" com a festa natalina, entre presentes e alimentação. É preciso dar um norte para que a criança possa se basear para pensar em alternativas, inclusive para os presentes que ela própria deseja ganhar. Os pais devem oferecer algumas alternativas, também. Lembre-se: crianças serão sempre crianças, mas abrindo espaço para que possam ajudar nas escolhas, elas passam a se sentir responsáveis pelo sucesso financeiro da família.


Se quisermos que nossos filhos sejam realistas e fiquem realizados com as situações, deve haver o momento certo para contar que "Papai Noel não existe!". Ser muito permissivo, criar ilusões em demasia e suprir os filhos com todos os desejos que eles têm - desde os mais simples até os mais complexos e caros - os inibem de sonhar e, principalmente, de crescer. Mas e você? Já escreveu sua cartinha ao bom velhinho?

*Com informações de Sílvia Alambert, educadora financeira e fundadora da The Money Camp Brasil, metodologia de educação financeira para crianças, jovens e adultos.


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