Família

Saiba como agir quando seu filho sofre alienação parental

08 abr 2013 às 13:07

Os personagens dos atores Letícia Spiller (Antônia) e Caco Ciocler (Celso), na novela global "Salve Jorge", estão mexendo com uma realidade muito comum, mas pouco conhecida, entre as famílias brasileiras: a alienação parental. No caso da novela, Celso e Antonia se separam, e o pai usa a filha (Raissa) para atingir a ex-mulher.

De acordo com Roselake Leiros, especialista em comportamento e coach de relacionamento da CrerSerMais Consultoria, a alienação parental ocorre quando o pai ou a mãe tenta impor o rompimento do laço afetivo do filho com o outro cônjuge.


Os desentendimentos, brigas e desilusões são muitas vezes os motivos que levam casais a reavaliarem o casamento e por fim optarem por uma separação, que nem sempre é consensual. Isso pode causar prejuízos diversos e danos comportamentais em toda família, principalmente nos filhos.


As crianças que sofrem a alienação parental podem desenvolver diversos reflexos negativos, como revolta e fragilidade. Passam a ter baixa autoestima, profundas carências, inseguranças, dificuldades de relacionamentos e tudo isso pode afetar suas atitudes no futuro. "O filho que sofre a alienação parental e na vida adulta não consegue rever a questão e se libertar deste estado, vai carregar isso para sua própria vida, contaminando suas relações futuras com seu cônjuge e filhos," conta Roselake.


Nas separações, de forma geral, existe uma parte que se sente prejudicada, ou fragilizada, e essa é a parte que não aceita a separação. "É preciso compreender que nos estados de dor o indivíduo aciona seus mecanismos inconscientes de busca de compensação. Ele busca pessoas que sejam solidárias com sua dor e, geralmente, é se colocando como o coitadinho, o enganado, o lesado da história, querendo evidenciar comportamentos perversos, injustos e desonestos do outro. Com o tempo vai contaminando a todos com suas lamúrias, e ter a concordância dos filhos é o seu maior trunfo", explica Roselake.


A "Constelação Familiar", a mais efetiva e conhecida terapia sistêmica, diz: "para que o sistema familiar tenha equilíbrio e harmonia, cada membro da família deve respeitar o lugar e a expressão dos demais. Respeitar não significa concordar com tudo, e sim dar ao outro o direito de ser e pertencer. A instituição família não se dissolve jamais, apenas o casamento, pais serão para sempre pais e filhos, e negar isso é romper a ordem e instalar um caos energético que atinge a todos, geração após geração, até que esta mesma ordem se restabeleça um dia".


Crianças que vivem em uma família harmoniosa, seja ela de pais separados ou não, que possuem um convívio saudável, e que os pais sabem amar e colocar limites, se desenvolvem sem medo de errar, confiantes em si mesmas e no mundo.


Alienação parental precisa ser tratada


A alienação parental é considerada um desequilíbrio, sendo assim, é necessário buscar ajuda profissional. Para Roselake Leiros, a busca de ajuda geralmente vem da parte sensata, equilibrada, que entende a situação. "Os sinais evidentes de dor na criança faz com que se busque ajuda primeiro para ela. É uma situação delicada, pois as pontes de comunicação foram praticamente destruídas. Uma das ajudas para estas famílias pode ser encontrada no coaching", diz.


O coaching de família pode começar com atendimentos a cada membro separadamente, restabelecendo o seu equilíbrio, até o momento em que poderão se comunicar respeitosamente. "O ideal, e temos presenciado muitos casos assim, é buscar soluções mais sensatas para evitar transtornos nas separações. A parte que pretende deixar o casamento deve avaliar a situação do companheiro, e se perceber uma grande fragilidade deve buscar ajuda, se orientar e criar uma melhor estratégia para a separação. Em muitos casos, trabalhamos o casal individualmente e cada um se desenvolve e se fortalece", afirma a especialista.

Serviço:
CrerSerMais – Desenvolvimento Humano e Empresarial (www.crersermais.com.br)


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