Não é de hoje que a falta de planejamento, a compra impensada e o descontrole financeiro levam algumas pessoas a gastarem mais do que ganham. Por exemplo, na sua hora de almoço, você decidiu dar uma volta no shopping. O resultado foram algumas sacolas e comprovantes de cartão de crédito. Mas será que você realmente precisava desses produtos? Você comprou rapidamente, cedendo à pressão do vendedor ou pensou duas vezes antes de adquiri-los? Essas e outras questões fazem parte de um teste elaborado pelos coordenadores do grupo de compradores compulsivos do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.
"É fundamental fazer uma reflexão sobre o nosso comportamento de consumo, se o produto é realmente necessário e se o valor dele cabe no nosso orçamento. Se planejar, colocando todas as contas na ponta do lápis, até mesmo o cafezinho do dia a dia. Também é importante envolver toda a família na definição das prioridades do ano, inclusive ser transparente quando for necessário o corte de gastos", orienta a Superintendente de Serviços ao Consumidor, Maria Zanforlin.
Para a psicóloga, coordenadora do grupo de tratamento a compradores compulsivos do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo e presidente da ONG Associação Viver Bem e uma das responsáveis pelo teste, Tatiana Zambrano Filomensky, este não é um diagnóstico da doença oniomania, patologia que caracteriza o ato compulsivo de comprar, mas dá indícios para que o consumidor faça uma autoanálise sobre o seu comportamento de consumo
Entre outros pontos, o teste apresenta os sete passos da compra normal, levando o entrevistado a avaliar se eles foram seguidos antes da compra ser efetivada:
Avaliou a real necessidade?
Avaliou suas possibilidades financeiras?
Fez pesquisa de preço e condições de pagamento?
Pediu a opinião de outras pessoas?
Negociou ou pechinchou?
Deu um tempo a si mesmo para pensar?
Comprou apenas o que estava programado?
Estimativas baseadas em estudos clínicos apontam que 5% da população brasileira sofra de oniomania. Segundo a psicóloga, esta doença está inserida no grupo dos transtornos do impulso, no qual também se enquadram os jogadores patológicos, os dependentes de internet e pessoas que sofrem de amor patológico. "A doença é desencadeada por questões emocionais percebidas pelo indivíduo como negativas ou frustrantes, que busca através da compra o alívio para essas emoções, uma sensação de bem-estar. Mas o prazer conquistado com a compra é momentâneo e dá lugar à vergonha e à culpa, principalmente quando o comprador compulsivo contabiliza prejuízos financeiros, pessoais e de relacionamento provocados pelo descontrole", afirma Filomensky. A profissional ressalta que apesar do aparente descontrole, o transtorno tem tratamento.
Clique aqui para fazer o teste. Para saber mais sobre o ato compulsivo de comprar, acessem os sites do Laboratório Integrado dos Transtornos do Impulso e da Associação Viver Bem.