Família

Pediatra sugere dicas para tranquilizar as crianças

22 jan 2019 às 14:28

As férias escolares estão perto do fim. Entre as diversas questões envolvidas, desde o planejamento da rotina da casa até a parte financeira, com os gastos inevitáveis com material escolar, uniforme e a matrícula, há também alguns sentimentos das crianças que não podem ser ignorados e nem deixados em segundo plano pelos pais. Enquanto alguns estudantes não veem a hora de voltar à escola, para outros, esse retorno representa um motivo de ansiedade excessiva e até mesmo pânico. Há casos em que os pequenos chegam a adoecer.


De acordo com a pediatra, acupunturista e diretora do Center AO, Márcia Yamamura, o início do ano é cheio de novidades para as crianças, principalmente quando o primeiro dia de aula se aproxima, por isso, é preciso uma série de cuidados especiais. "É um momento delicado tanto para ao pais como para os pequenos. Se adaptar a uma nova rotina ou mesmo voltar aos antigos hábitos não é uma tarefa tão simples como parece. A criança terá sim que passar por uma readaptação escolar e os pais devem se programar para participar desse momento", afirma ela, completando: "É comum que apareçam sentimentos como a insegurança e o medo, o que não deixa de ser algo normal em várias idades, afinal, as crianças conhecerão novos colegas e professores, além de conteúdos novos. Por isso, a postura dos pais é sempre muito importante, dando independência ao estudante, mas, ao mesmo tempo, apoiando e monitorando de perto o que está ocorrendo. Ter uma boa conversa com os filhos, além de ouvir as queixas das crianças e aceitar que se trata de um momento delicado, são cuidados que facilitam esse processo de retorno", comenta a pediatra.


Porém, segundo a pediatra, se a criança chega a ter uma aversão a escola é necessário investigar mais profundamente se não há algo de mais grave ocorrendo, como o bullying, por exemplo. "Se esse nível de ansiedade for exagerado há algo por trás que pode estar acarretando todo esse medo. Nesse caso, quando há algo patológico, a acupuntura pode ser utilizada como um complemento, diminuindo essa ansiedade e estresse da criança. Essa vertente da medicina chinesa, aliás, também é importante aos estudantes para o aumento do foco, da concentração, da memória e também para corrigir problemas posturais", diz Yamamura.


Mesmo com todos esses cuidados e preocupações, os pais ou responsáveis devem se preparar para enfrentar birras nos primeiros dias de aula. O ideal é manter sempre a calma e conversar com tranquilidade. "Não se deve gritar ou brigar. Essa birra é a forma que a criança encontra para mostrar o que estão sentindo. Há, claro, que manter a firmeza e explicar a importância da escola, porém, nunca utilizando atitudes que podem assustar ainda mais a criança. Tratar a escola como um aliado é um fator decisivo na forma que ela irá encarar os estudos. Se referir ao ambiente escolar como uma punição ou castigo está fora de cogitação, assim como sugerir recompensas pelo fato de ir à escola ou estudar".


Muitos adolescente e crianças também sofrem para abandonar hábitos cultivados durante as férias, como dormir tarde, não ter horários tão rígidos para fazer refeições e passar mais tempo em casa. Para facilitar essa readaptação, a preocupação deve ter início até duas semanas antes. "É importante que a família toda volte a rotina escolar semanas antes do início das aulas, com a criança dormindo mais cedo, por exemplo. É importante ir ajustando os horários um pouco a cada dia, até que a hora habitual se assemelhe a rotina das aulas. Os pequenos também devem voltar a ter horários mais regrados na alimentação, diminuindo as atividades de férias, como o tempo no videogame e o computador. Também é recomendado não viajar no último final de semana antes da volta às aulas. Se as crianças irão pela primeira vez a escola ou mudarão de instituição há outras estratégias importantes, entre elas, que ela faça uma visita ao local antes do início letivo, isso vai diminuir a ansiedade dela, que enfrentará o novo, o desconhecido e também o receio de ser aceita ou não. Se a criança for um pouco mais velha, é importante que ela também faça parte da escolha da nova escola", comenta.

Por fim, a pediatra aconselha aos pais a não sobrecarregarem as crianças, provocando hiperestímulos, mesmo que o grande número de atividades seja pensando no bem dos filhos. "Muitos pais optam ou são obrigados a apelar para o tempo integral nas escolas, depois ainda matriculam as crianças em cursos extracurriculares. É necessário deixa-las descansar. Que se cumpra a rotina escolar e as obrigações, mas que a criança também tenha o tempo para o ócio, para brincar e distrair a mente", finaliza a pediatra.


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