O Vaticano divulgou nesta segunda-feira (14) a mensagem do papa Francisco pelo Dia Mundial dos Pobres, que é celebrado anualmente em 14 de novembro, e alertou que a pandemia de Covid-19 é "uma praga que multiplicou os pobres" em todo o mundo.
"Um olhar atento pede que se encontrem as soluções mais idôneas para combater o vírus em nível mundial, sem olhar para interesses individuais. Em particular, é urgente dar respostas concretas a tantos que sofrem com o desemprego, que atinge de maneira dramática tantos país de família, mulheres e jovens", diz um trecho da mensagem.
Segundo o líder católico, a presença dos pobres nas nossas sociedades "é constante, mas não deve induzir a um hábito que se torna uma indiferença". "Os pobres não são pessoas externas à sociedade, mas irmãos e irmãs com quem precisamos compartilhar o sofrimento, para aliviar os seus problemas e a sua marginalização para que venha reconstituída a dignidade e assegurada a inclusão social necessária", escreve Jorge Mario Bergoglio.
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O Pontífice cita que os gestos de benevolência fazem bem tanto para quem faz como para quem e recebe, mas quer dar esmolas deve ser algo "ocasional porque o compartilhamento é que é duradouro". "A primeira corre o risco de gratificar quem a faz e humilhar quem recebe; o segundo reforça a solidariedade e coloca as premissas necessárias para atingir a justiça", ressaltou.
Francisco ainda lembrou que a pobreza é furto de um sistema "sem escrúpulos" e condenou quem considera os pobres como "um peso intolerável para um sistema econômico que coloca no centro os interesses de algumas categorias privilegiadas".
"Um mercado que ignora ou seleciona os princípios éticos cria condições desumanas que se abatem sobre as pessoas que já vivem em condições precárias. Se assiste assim a criação de novas formas de armadilhas de indigência e de exclusão, produzidas por atores econômicos e financeiros sem escrúpulos, sem senso humanitário e sem responsabilidade social", pontuou o líder da Igreja Católica.
O Dia Mundial dos Pobres é uma data católica criada pelo papa Francisco em 2017 e foi implementada como uma forma de lembrar o Jubileu Extraordinário da Misericórdia.