A música está presente na vida das pessoas antes mesmo do nascimento. Ainda no útero, o bebê tem contato com o ritmo, vibrações e pulsações do coração da mãe. Seu aspecto terapêutico começou a ser explorado de maneira mais abrangente no século XIX e não se limitou somente aos musicoterapeutas; vem sendo incorporada no campo da saúde como mais um recurso em práticas profissionais². Para além da manifestação artística e afetiva, a música também pode ser uma ferramenta de aprendizado, fundamental no desenvolvimento cognitivo da criança, e um diferencial para pais e escolas que devem criar um ambiente cada vez mais estimulante.
A cognição é o processo no qual adquirimos conhecimento e esta ação envolve diversas áreas cerebrais que incluem a percepção, atenção, memória, linguagem e funções como planejamento e execução de tarefas. Segundo a pediatra Denise Katz (CRM 63548-SP), o contato com a música favorece e desenvolve essas competências, assim como melhora a concentração, coordenação motora e o foco em atividades. "A musicalização infantil auxilia no contato social, equilíbrio emocional, desenvolvimento linguístico e expressão corporal. Cada elemento básico da música, ritmo, melodia e harmonia são responsáveis por um aspecto na evolução", explica a especialista.
As escolas já perceberam esses benefícios e estão aplicando a musicalização em suas formas de ensino. De maneira que ao entrar em uma aula com instrumentos, a criança aprende a colaborar com o grupo, observando como a junção de diferentes sons pode trabalhar em harmonia. As letras podem ser utilizadas em sala de aula para estimular a interpretação de texto, trabalhando criatividade, novos conceitos, vocabulários, metáforas e outras figuras de linguagem.
Para assegurar o desempenho das habilidades cognitivas é fundamental que os pais estejam atentos também à alimentação dos pequenos, pois a nutrição contribui para um desenvolvimento completo.