Inspirada pelo nascimento antecipado do filho Enzo, de 9 anos, Viviane Bettoni deu início ao 'Deixando Legados'. "O projeto faz parte de um conjunto de atividades que defini realizar como propósito de vida. Esse propósito foi ressaltado a partir do nascimento prematuro do meu filho Enzo, aos seis meses de gestação. Ali já senti que tinha um propósito a seguir”, conta Viviane.
De acordo com a mãe, o menino apresentou dificuldades motoras enquanto crescia e, desse modo, médicos diagnosticaram que o menino tinha uma lesão cerebral na área do equilíbrio, conhecida como paralisia cerebral. A partir desse momento, Viviane conta que sua vida mudou completamente.
Aos três anos, Enzo entrou na escola, o que foi um desafio para ele e para os pais. "Tive medo de ele não ser aceito pelas crianças, ou separado por elas. Porém, tive uma grata surpresa: a recepção por elas foi maravilhosa, me demonstrando que crianças pequenas (em idade escolar inicial, principalmente) não diferenciavam e não discriminavam mesmo tendo um modo diferente de andar e de brincar com o Enzo”, explica a mãe.
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Por estar tão próxima da escola devido ao desenvolvimento do filho, Viviane notou que a nova geração de crianças estava desenvolvendo novos comportamentos e, à medida que cresciam, surgiam os questionamentos sobre as diferenças. "A própria escola vinha recebendo crianças com síndromes, transtornos, deficiências e dificuldades diversas. [...] Ali tive certeza que precisava iniciar algo que fosse realmente útil para o desenvolvimento pessoal das crianças e das pessoas ao redor”, conta Viviane. E assim surgiu a ideia do Projeto Deixando Legados.
O projeto é composto por livros infantis escritos pela mãe de Enzo, que aborda os novos comportamentos infantis de modo que as crianças reflitam sobre as diferenças, com o intuito de criar um futuro melhor, de "deixar um legado para a vida”.
Até o momento, o projeto conta com seis histórias e Viviane conta que, em uma delas, recebeu grande participação de Enzo na definição de ideias e do contexto. "São histórias que trabalham esses novos comportamentos diante da família e até mesmo da escola de maneira lúdica, o que permite amplas possibilidades de trabalho. A única finalidade é formar crianças críticas de um mundo melhor”, explica a mãe de Enzo.
Viviane conta ainda que as histórias permitem que pais e professores trabalhem questões sobre inclusão de maneira natural, para que as crianças cresçam sabendo respeitar as diferenças, sendo mais tolerantes e buscando perceber o que há de bom em cada situação difícil.
"Saber que por meio das histórias poderei contribuir para esse desenvolvimento realmente humano, que poderá trazer novos frutos para o meio em que vivemos, traz uma satisfação imensurável para mim”, declara.
Para a publicação dos seis livros do Projeto Deixando Legados, que compõem a Coletânea Jornadas Incríveis, Viviane precisa de auxílio. Todas as doações serão destinadas à editoração e à publicação das histórias. Para ajudar, basta clicar aqui e contribuir com qualquer valor. "Toda ajuda será muito bem-vinda e me levará a contribuir com a formação de crianças mais tolerantes e humanas”, finaliza Viviane Bettoni.
*Sob supervisão de Larissa Ayumi Sato.