A pandemia provocada pelo novo coronavírus aumentou a procura por meios de transportes alternativos. A tendência de fugir das aglomerações fez crescer a venda de bicicletas no Brasil nos últimos meses - houve alta de 118% de 15 de junho a 15 de julho, na comparação com o mesmo período do ano passado, conforme dados da Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de Bicicletas).
Anteriormente, já havia sido registrada elevação nos dois meses anteriores: 50% em maio e 19% em junho, também na comparação com o mesmo período do ano passado. Os modelos mais procurados são os que têm valores de R$ 800 a R$ 3 mil.
Diante deste cenário de busca por mais saúde, volta à tona uma crença popular muito conhecida – a de que o ciclismo poderia provocar disfunção erétil e distúrbios genitais e, consequentemente, ocasionar a infertilidade do homem. A causa do suposto problema seria o formato do assento da bicicleta já que, quanto mais fino, maior seria a pressão exercida nos nervos.
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Além disso, o contato com o selim poderia causar traumas na bolsa escrotal. Mas será que esse ditado é verdade? O assunto já rendeu bastante polêmica e pautou inúmeros estudos científicos. E, de acordo com a pesquisa publicada no Journal of Urology, da Associação Americana de Urologia, em 2017, a resposta a esse estigma é não.
Para a análise, os pesquisadores da Universidade da Califórnia coletaram dados de 2.774 ciclistas, 539 nadadores e 789 corredores no intuito de explorar a relação do ciclismo com a função urinária em uma grande amostra multinacional de homens.
O resultado mostrou que os ciclistas – sejam profissionais, com utilização intensa da bicicleta, ou amadores, que as usam com menos frequência - não tinham mais problemas urinários ou de saúde do homem do que os demais atletas que fizeram parte da análise.
O médico especialista em reprodução humana Vinícius Stawinski alerta que, diante de tantos mitos envolvendo a fertilidade masculina, o melhor a fazer em caso de dúvidas é sempre procurar um especialista no assunto. "Com tantas informações disponíveis, é importante procurar ajuda especializada para ter certeza de qual caminho seguir”, afirma.