Dar ou não mesada? A partir de que idade? Como estabelecer o valor? Ao contrário do que muita gente pensa, a mesada não é um incentivo ao consumismo. Na verdade, a ação é uma importante ferramenta para educar financeiramente crianças e jovens.
A data de adoção de cada tipo de mesada depende do interesse e do entendimento que a criança está demonstrando ter em relação ao uso do dinheiro. Por volta dos sete ou oito anos é um bom momento, pois ela já possui vontades e sabe que, para ter um produto ou serviço, é necessário "trocá-lo” por dinheiro e possuem entendimento suficiente para começar a aprender a administrar esse recurso.
Esse assunto deve ser tratado de forma leve e lúdica, sem imposições ou ameaças, para não exigir mais das crianças do que elas estão assimilando. Cada criança e jovem tem um comportamento particular, portanto, é importante lidar com o filho da forma mais adequada possível.
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O valor da mesada depende do que os pais observam ser o consumo rotineiro da criança. É importante sempre avaliar se os hábitos da criança ou do jovem são saudáveis e de que forma eles gastam o dinheiro que recebem.
O período de volta às aulas é bastante indicado para iniciar a mesada, já que a criança ou o jovem podem começar esse novo ciclo com novos hábitos, reconhecendo a importância de consumir com consciência e de poupar para os seus sonhos.
O ideal é que metade do valor corresponda ao que criança gaste no mês e explicar que a outra metade vocês irão investir nos sonhos de curto prazo (que será realizado em até um mês), médio prazo (em até seis meses) e longo prazo (até um ano), que ela mesma vai definir.
Além de oferecer noções de responsabilidade, a mesada também pode – e deve – ser associada a questões como sustentabilidade, meio ambiente, consumo consciente e outros temas que auxiliam na boa formação do indivíduo, auxiliando, assim, na formação de uma sociedade mais consciente financeiramente no futuro.
No entanto, um ponto que é importante ressaltar é que, antes de transmitir esse conhecimento aos filhos, os pais e responsáveis devem prestar bastante atenção ao exemplo que andam dando no dia a dia. Os pequenos se espelham nas ações dos adultos e têm a tendência a repetir tanto as coisas boas quanto os erros. Por isso, a educação financeira é algo que tem que ser absorvida por toda a família, não importa a idade.
De acordo com Reinaldo Domingos, pós-doutor em educação financeira, existem oito tipos diferentes de mesadas: voluntária, financeira, de terceiros, econômica, empreendedora, ecológica, de troca e social. Confira abaixo como cada uma se caracteriza.
Mesada voluntária - Segundo Domingos, esse é o tipo de mesada que os pais dão aos filhos durante a infância e a adolescência. O especialista aponta que essa mesada é importante porque, em um primeiro momento de euforia, a vontade da criança vai ser gastar todo o dinheiro. No entanto, esse é o tempo perfeito que os pais ou responsáveis devem agir e educar a criança para a vida financeira.
Mesada financeira - Domingos define a mesada financeira como "um valor fixo que você paga a outra pessoa e ela consome mensalmente".
Mesada de terceiros - Nesse tipo de mesada, o dinheiro é dado para a criança por avós, tios, padrinhos ou outros familiares e amigos. Nesse caso, os pais e responsáveis devem ficar atentos ao valor recebido e no modo como as crianças e adolescentes vão gastá-lo.
Mesada econômica - O especialista aponta que essa é uma das melhores alternativas de mesadas para as crianças e para os adolescentes. Domingos aponta que esse tipo é baseado na economia dentro de casa, como a diminuição de gastos com energia, água e gás, por exemplo. Após a economia, os pais podem separar uma parte desse dinheiro e dar para a criança. Nesse tipo, além de aprender a educação financeira, a criança aprende a importância da economia dos recursos.
Mesada empreendedora - O objetivo desse tipo de mesada é incentivar a criança às práticas do empreendedorismo. Domingos afirma que muitas crianças possuem a vontade de empreender desde muito novas, a partir da venda de alimentos e desenhos, por exemplo. O especialista aponta que, nesse caso, o papel dos pais e dos responsáveis é apoiar a criança.
Mesada ecológica - Domingos aponta que, neste tipo, a criança é ensinada a realizar práticas como o reuso e a reciclagem. Com o dinheiro que foi poupado com as práticas, os pais e responsáveis podem separar parte da economia e direcionar para os filhos.
Mesada de troca - Nesse tipo de mesada, Domingos afirma que não há envolvimento com o dinheiro. Uma dica do especialista é montar uma espécie de evento ou movimento para que as crianças e os amigos e vizinhos possam trocar brinquedos.
Mesada social - Domingos define a mesada social como aquela que "realmente não tem relação nenhuma com o dinheiro". Assim, aqui, o que importa para a criança são outros fatores e ações, como a presença dos pais ou responsáveis ou passeios em família.