Família

Iniciação sexual das filhas ainda é motivo de conflitos

14 jun 2011 às 10:03

Muitas vezes a arte imita a vida e expõe situações comportamentais muito presentes no cotidiano das famílias. Um bom exemplo disso são as novelas e filmes, que constantemente abordam questões polêmicas e delicadas relacionadas ao convívio familiar. Na novela Insensato Coração, exibida no horário nobre pela Rede Globo, por exemplo, recentemente um pai enfrentou problemas para aceitar a iniciação sexual das filhas.

"Os pais precisam chegar mais perto dos filhos e compartilhar informações sobre sexualidade para poder conhecer a realidade em que eles vivem e ao mesmo tempo orientar sobre seus valores e expectativas. Só assim vão conseguir perceber, sem tanto susto, que os costumes e os comportamentos são diferentes, como em todas as gerações. O diálogo ainda é a melhor saída", analisa Maria Helena Vilela, diretora do Instituto Kaplan e educadora sexual.


Para Maria Helena, somente na situação exposta na novela há violação de três direitos sexuais:


Conflito entre pai e filha: essa situação mostra a necessidade de uma educação sexual compreensiva, que possibilite o diálogo sobre sexualidade entre pais e filhos reduzindo a vulnerabilidade dos adolescentes. Educar sexualmente, por mais absurdo que possa parecer, ainda é, para a maioria das famílias e instituições uma atitude constrangedora, principalmente quando o que está em pauta é o desenvolvimento do papel sexual (como se comportar em sociedade, como manifestar a sexualidade).


Vídeo na internet: ao abordar essa questão a novela mostra o desrespeito ao direito de privacidade, proporcionada pelas novas tecnologias: internet, fotolog, MSN, orkut, celular, câmera digital. Enfim, o sistema de informações cada vez mais rápido e eficaz mudou o contexto das relações e, ao invés de garantir sigilo, pode se tornar uma ameaça à privacidade. Quem nunca soube de algum caso de escândalo sexual veiculado na internet? Por isso, no mundo virtual, todo cuidado é pouco com a sua intimidade.


Sexo forçado: essa situação mostra a necessidade de se preservar o direito à autonomia sexual, integridade sexual e à segurança do corpo. Ninguém deve ser coagido ou forçado a ter relações sexuais contra sua vontade, sendo isso um ato de violação de direitos e violência sexual.


"Chega-te"


Para incentivar o diálogo entre pais e filhos o Instituto Kaplan lançou o "Chega-te", um workshop que possibilita o diálogo entre pais e filhos sobre sexualidade. A dinâmica é simples: pais e filhos são agrupados em equipes diferentes, no primeiro momento, para participar de jogos e discutir os temas propostos pelos educadores. Depois as famílias se reúnem e comentam entre si sobre o que suas equipes falaram. Neste momento, a família dá o primeiro passo para o diálogo. "É a primeira barreira sendo ultrapassada", afirma Maria Helena Vilela.

Para mais informações sobre o workshop acesse o site www.kaplan.org.br.


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