A Secretaria Municipal do Idoso, em parceria com o Instituto Não me Esqueças e com o curso de Psicologia da PUC (Pontifícia Universidade Católica) campus Londrina, irá realizar um grupo de orientação para familiares que cuidam de pacientes com Alzheimer. Os encontros serão realizados, quinzenalmente, às quartas-feiras a partir do dia 12 de junho e seguirão até dezembro deste ano. A iniciativa terá direção da professora Juliane Goldoni Borges e ocorrerá, das 9h às 10h30, no CCI (Centro de Convivência da Pessoa Idosa) Norte, localizado na Rua Luís Brugin, 570, no Conjunto Maria Cecília, região norte.
Em um primeiro momento, o grupo terá como foco os familiares cuidadores. Eles terão um grupo terapêutico, para a partir disso conseguir melhor auxiliar os idosos. Nos últimos encontros do ano serão trabalhadas dinâmicas sobre quem é o cuidador e depois será realizado um fechamento com feedback para os participantes. Segundo a organizadora do projeto, Juliane Goldoni Borges, os familiares receberão informações e orientações sobre o Alzheimer. "Os encontros englobarão orientações e técnicas para melhor ajudar os pacientes, como no auxílio da higiene, na alimentação, em exercícios, na comunicação e na memória", contou.
Entre agosto e dezembro, as reuniões passarão a ser com os pacientes. As pessoas que vivem com doença de Alzheimer (DA) irão participar de sessões em grupos voltadas para melhorar a qualidade de vida deles, com intervenções terapêuticas e atividades de vivência como questionários individuais para compreender as condições de cada um e realizar exercícios de estímulo cognitivo.
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Para a presidente do Instituto Não Me Esqueças, Elaine Fernandes Mateus, esse grupo é uma ótima oportunidade para os familiares e pacientes aprenderem mais sobre o Alzheimer. "Nós queremos orientar essas pessoas, para que elas tenham as informações certas sobre o assunto e queremos também criar uma rede de suporte para elas", contou.
Para participar, os organizadores pedem para que as pessoas diagnosticadas com Alzheimer que estejam interessadas em participar estejam entre 0,5 e 1,0 na Escala Clínica de Demência, que corresponde a um estágio questionável ou leve da doença. Para saber sobre a condição do paciente, é preciso consultar um médico e pedir para que ele ateste a escala. Dentre os critérios essenciais para participação será necessário apresentar esse atestado médico no primeiro encontro.
A inscrição é gratuita e deve ser feita com antecedência, pois o evento comporta dez participantes. A matricula deve ser feita até o dia 6 de junho pelo link.
Alzheimer – Trata-se de doença degenerativa do sistema nervoso, que causa uma queda nas funções cognitivas, levando à redução da capacidade de trabalho e de relacionamento social do indivíduo. A DA interfere na memória, no comportamento e na personalidade da pessoa. É uma doença sem cura que avança progressivamente devido à degeneração e morte das células cerebrais. Elaine disse que a OMS (Organização Municipal de Saúde) estima que, atualmente, existem no Brasil cerca de 1 milhão e 700 casos de Alzheimer. "O maior problema em relação a essa doença é que muitas pessoas não sabem que tem", ressaltou.
O mais conhecido sintoma dessa doença é a perda de memória que interfere na vida cotidiana do indivíduo, mas além deste, a pessoa ou os familiares podem começar a identificar alterações no comportamento, dificuldades de organização e de lidar com problemas diários e confusão com o tempo e espaço como outros sintomas.
Existem três graus da DA, o leve, o moderado e o grave. No primeiro estágio o paciente apresenta perda de memórias recentes e desorientação em relação ao tempo e espaço, podendo apresentar sinais de agressividade e perda de motivação. Já no grau moderado, o indivíduo passa a ter um esquecimento mais intenso, esquecendo-se de acontecimentos e nomes de conhecidos, é quando o paciente começa a depender mais da ajuda dos cuidadores. Por fim, no estágio mais avançado do Alzheimer, lembrar de memórias mais profundas requerem muito esforço do indivíduo. Nesse grau, a capacidade motora também fica comprometida.
Qualquer pessoa é suscetível a desenvolver o Alzheimer, mas a doença é mais comum em idosos a partir de 65 anos, sendo a perspectiva de vida para os diagnósticos de 10 a 15 anos. Como não existem medicamentos eficazes para atrasar o desenvolvimento da doença, as terapias multidisciplinares são uma solução para melhorar a qualidade de vida do paciente.