Época de crescimento expressivo no consumo, o mês de dezembro é sinônimo de compras e gastos acima da média em relação ao restante do ano. É, portanto, um período em que as famílias devem cuidar para evitar que o consumismo desenfreado acabe influenciando as crianças. Os excessos dos adultos sempre servem de modelo para os menores e, quando se trata de satisfazer os desejos de compras, não é diferente. Educar para o consumo consciente exige, em primeiro lugar, que os pais sirvam de exemplo. E esse é um bom momento para driblar o aumento no número de pedidos dos filhos reforçando as noções sobre educação financeira.
Para Altemir Farinhas, consultor da Conquista Soluções Educacionais, a criança segue os exemplos dos pais. "Se um pai está gastando exageradamente, a criança vai pedir coisas e insistir até conseguir porque ela entende que se seus pais podem gastar a vontade, elas também podem comprar o que desejam", explica Farinhas. Nessa época, a emoção e o clima de "lista de natal" costumam falar mais alto, então é preciso atenção redobrada. Segundo Farinhas, a conversa sobre as finanças deve ser clara: quanto os pais ganham e quanto gastam, quais despesas a família tem, e se podem ou não comprar o que a criança pede. "É importante que o discurso seja o mesmo praticado durante o ano todo", destaca.
Quando a conversa sobre o orçamento familiar é aberta, fica mais fácil falar não nos momentos em que a criança, estimulada pelo clima de consumo dessa época, começa a pedir muitas coisas. Farinhas reforça que é importante se colocar no lugar da criança, não querer simplesmente impor o mundo adulto para a criança. "É preciso usar exemplos que elas entendam para garantir que a mensagem foi compreendida e assimilada", finaliza.
Veja dicas que podem ajudar os pais a minimizar os excessos dessa época:
1. Dê o exemplo
Não adianta nada dizer para os filhos que não se deve gastar por impulso e "estourar" o cartão de crédito no shopping. É difícil para a criança acompanhar os pais e sair de mãos abanando quando os adultos estão carregados de sacolas. É preciso coerência.
2. Estabeleça acordos prévios
Deixe acertado com as crianças, antes de sair de casa, qual o objetivo de determinados passeios ou visitas a shoppings e supermercados. Se a criança sabe, antecipadamente, que não irá ganhar nada naquele momento, isso ajuda a reduzir a expectativa dos pequenos e os pedidos por impulso.
3. Evite unir lazer a consumo
É muito comum, principalmente nessa época em que as crianças já estão de férias e os pais precisam fechar a lista de compras de fim de ano, que os adultos levem as crianças para passear no shopping, associando a ideia de lazer ao consumo. Prefira sair com o seu filho para visitar parques, a casa da vovó, museus e outros lugares que ofereçam diversão para os menores.
4. Cuidados com as longas listas de presentes
As crianças, em geral, se empolgam com a ideia de que Natal significa ganhar muitos presentes e imaginam uma lista numerosa de itens desejados. Explique que é preciso escolher apenas um presente que considerem mais legal, para não alimentar a expectativa de que vão ganhar tudo o que querem. É importante também ensinar que datas comemorativas não devem ser associadas apenas a momentos para consumir e ganhar presentes.