Família

Entenda seu papel na educação financeira de seu filho

21 jan 2020 às 10:16

Para falar de incesto financeiro é necessário entender a expressão, que ilustra a ação dos pais em relação aos filhos de maneira desapropriada em assuntos financeiros.

Aproveitando o período de final de férias, Rebeca Toyama especialista em conscientização financeira, explica a importância dos pais terem claro esse conceito, evitando expor a criança a assumir um papel adulto em relação às finanças, quando eles não sabem distinguir as próprias necessidades e, por conseguinte, das crianças.


Para a especialista, o incesto financeiro, termo cunhado pelos doutores em psicologia Brad e Ted Klontz, é uma forma de abuso emocional, na qual o adulto usa o dinheiro para manipular uma criança para satisfazer alguma necessidade.


Muitas vezes, este indivíduo acaba colocando na criança uma carga maior do que ela suporta na fase infantil e, assim, acaba por desenvolver conceitos errados e prejudiciais sobre o dinheiro quando chegar na vida adulta. "Por muitas vezes o incesto financeiro não é consciente e posso dizer: os adultos que viveram desta forma têm mais probabilidade de repetir o erro com os próprios filhos.”, ressalta Toyama.


Durante as férias escolares por exemplo, as crianças tendem a fazer atividades extracurriculares, participar de colônias de férias, ir a um parque temático, iniciar a prática de algum esporte e até ir com os pais às compras de materiais escolares. E é nesse período que alguns assuntos preceitos financeiros mal resolvidos nos pais e entre os pais podem afetar os filhos.


"Algumas crianças ficam confusas na infância e ao chegarem na adolescência têm uma visão deturpada sobre o dinheiro. Como exemplo, os pais que não dialogam sobre situações financeiras e responsabilizam a criança sobre desentendimentos ou dificuldades da família. Isso é uma forma de incesto financeiro: introduzir a criança em questões nas quais ela não tem influência pode acarretar problemas futuros na vida dos pequenos.”, alerta Toyama.


Diante deste problema, a especialista aponta que existem sim formas de se policiar para evitar que isso aconteça. "As preocupações, frustrações, ansiedade e até estresse pode contribuir com esse distúrbio financeiro, o mais certo a fazer é procurar um profissional para conseguir entender a origem do problema.”, finaliza Rebeca.


Rebeca Toyama lista algumas situações que podem evidenciar a prática do incesto financeiro:


• Quando os pais pedem aos filhos para atenderem o telefone para escapar de uma situação de cobrança;


• Quando um dos pais compram algum presente para o filho ou o leva a algum lugar ou passeio e pede "segredo”, para que ninguém saiba;


• Comum quando os pais são separados, pode haver a observação e investigação da vida financeira do outro cônjuge, tendo como ponto de contato, a criança que vai analisar se o pai ou a mãe trocou de carro, comprou presentes, roupas etc.;


• Quando os pais mostram falta de programação com as finanças e culpam os filhos pela situação;


• Os pais frequentemente reclamam e demonstram dificuldade com as despesas domésticas e de repente compram algo caro.


A especialista preparou também 5 dicas para não expor os filhos a este tipo de situação:


• Saiba diferenciar educação financeira com transferência de responsabilidade;


• Fique atento aos seus próprios sinais: preocupações, ansiedade, estresse financeiro, sobrecarga e falta de apoio podem contribuir para o distúrbio;


• Tenha especial atenção aos casos de infidelidade financeira: assuntos dessa natureza devem ser resolvidos entre os pais, casados ou não;


• Saiba equilibrar os pedidos feitos pela criança e evite dividir sua insatisfação pessoal e financeira com quem não tem como te ajudar;

• Pedir ajuda não é pecado, hoje existem profissionais preparados para lidar com essa situação: coachs, terapeutas financeiros, psicólogos e planejadores financeiro.


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