Quem tem filhos pequenos sabe que o inverno é a estação do ano que mais traz problemas à saúde deles. Os problemas respiratórios crescem demasiadamente nessa época do ano e deixam os pequenos mais frágeis. Nos dias mais frios e com a chegada da primavera, também aumentam os casos de alergias oculares, como a conjuntivite alérgica.
Segundo Dra. Marcela Barreira, Oftalmologista Pediátrica e cofundadora da NeuroKinder, a conjuntivite alérgica quase sempre está associada a outros problemas respiratórios, como rinite e sinusite, por exemplo.
"Porém, o inverno e a primavera são importantes fatores de risco as conjuntivites alérgicas. As mudanças climáticas causam alterações na imunidade das crianças e, por isso, o inverno é o principal desencadeador da conjuntivite alérgica. Os atópicos, ou seja, pessoas que são alérgicas, apresentam risco aumentado para a conjuntivite alérgica, que pode ser desencadeada também por outros alérgenos, como com pó, tapetes, cortinas, cobertores, roupas de lá, bichos de pelúcia, etc.", explica.
Conjuntivite alérgica x conjuntivite infecciosa
É muito comum confundir uma conjuntivite causada por uma alergia com uma conjuntivite infecciosa, causada por vírus ou bactérias. A conjuntivite alérgica é mais comum no inverno, não é contagiosa e causa secreção mais esbranquiçada. A conjuntivite infecciosa é muito comum no verão, altamente contagiosa e possui secreção amarelada.
Cada tipo de conjuntivite demanda um tratamento diferente. Por isso, é indispensável a avaliação e o acompanhamento de um oftalmopediatra para saber qual o tratamento que deve ser feito.
Tratamento específico
De acordo com Dra. Marcela, a terapia utilizada para tratar a conjuntivite alérgica é bem diferente dos casos infecciosos, já que em muitos casos é preciso tratar a alergia. "Diferentemente da conjuntivite viral ou bacteriana, cujo tratamento dura de cinco a sete dias e a criança melhora, a conjuntivite alérgica tem o tratamento mais demorado porque há picos de exacerbação e picos de melhora, como qualquer tipo de alergia", afirma.
Geralmente, são utilizados dois medicamentos para tratar os casos alérgicos: um antialérgico e algum tipo de corticoide em forma de colírio. Segundo Dra. Marcela, há casos de conjuntivite alérgica severa em crianças, que necessitam de um tratamento prolongado.
"Quando a criança tem conjuntivite alérgica crônica é preciso acompanhar regularmente com um oftalmopediatra, além de controlar os fatores que podem desencadear a alergia. Se os pais já têm conhecimento do que aumenta a alergia, o ideal é evitar que a criança entre em contato com estes agentes alérgenos. Vale lembrar que nenhum medicamento deve ser usado nos olhos sem a devida prescrição médica, especialmente quando falamos de colírios", finaliza a médica.