A economia do compartilhamento já é frequente no Brasil - vai de carros, patinetes e bicicletas até troca de objetos e utensílios domésticos por meio de aplicativos. Recentemente, a tendência também chegou aos empreendimentos imobiliários. Com apartamentos que giram em torno de 20 m² a 40 m², o foco da nova moda é a redução de custos e na praticidade.
O conceito é apelidado pelo mercado de coliving e já é comum em outros países como a Espanha e os Estados Unidos há décadas. Normalmente, os apartamentos ofertados são constituídos apenas por um quarto e um banheiro. Os demais cômodos e espaços de socialização, como sala de estar, lavanderia, academia, escritório, lounge e até mesmo a cozinha são compartilhados com os demais moradores.
Inicialmente, os empreendimentos passaram a focar em um público universitário. De fato, eles constituem uma boa fatia dos clientes, já que existem aqueles que não se adequam ao dia a dia de uma república, por exemplo. Mas, com o tempo, os empreendimentos também passaram a ser ocupados por solteiros e pessoas mais jovens que gostariam de morar perto do trabalho ou por estrangeiros de passagem no país.
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"A geração millennial tem uma visão diferente. Ela não enxerga sentido em ocupar um apartamento grande, quer um espaço menor e flexível, pois não sabe mais quanto tempo passará morando ali", afirma Carol Bueno, arquiteta e sócia do escritório Triptyque, de São Paulo, em entrevista para o portal UOL.
As áreas compartilhadas muitas vezes contam com ar-condicionado inverter, frigobar, televisão, entre outras regalias. Mas não pense que o barulho é constante e que não há paz nesses locais. Empreendimentos com essa característica estabelecem regras rígidas, como, por exemplo, deixar o celular no silencioso em salas de estudo e lavar imediatamente depois de comer os utensílios de cozinha. Caso elas não sejam respeitadas, o morador pode ser multado.
Outra característica dos colivings é o fato de possuírem gestão profissional. Toda a administração do condomínio é gerenciada por uma empresa externa, para que não haja nenhum problema entre os moradores. Apesar da praticidade, o tipo de moradia não é ideal para todas as pessoas. Os quartos normalmente são individuais e pequenos, o que faz com que não possam ser ocupado por famílias - no máximo, casais que dão pouca importância para o espaço dentro de casa.
Atualmente, esses empreendimentos engatinham no Brasil. O foco está em cidades mais populosas e em capitais, como é o caso de São Paulo e de Belo Horizonte. Nesses municípios, as pessoas possuem mais necessidade de morar perto do trabalho por causa do trânsito e o público universitário também está presente em grande quantidade.