Durante festas em família, viagens ou mesmo na escola, é comum que crianças de todas as idades, quando reunidas, brinquem ou pratiquem esportes em grupo, como parte do momento lúdico de conhecer e conviver com outros pequenos. No entanto, nem tudo é festa: pela própria metodologia de certas brincadeiras, é comum que algumas crianças nem sempre sejam escolhidas para jogos e outras atividades, seja por pouca habilidade com o jogo em questão, seja por não ter afinidade com os outros colegas.
Por isso, uma modalidade de brincadeiras têm se tornado cada vez mais comum em espaços de diversão e recreação para crianças: os jogos cooperativos, que focam na participação e colaboração entre os integrantes. No resorts do Beach Park, esse tipo de jogo foi incorporado ao planejamento desde 2004, com o objetivo de desenvolver momentos que inspirem a cooperação, a cultura de paz e os valores humanos nos pequenos.
Segundo o coordenador de Esporte e Lazer do Beach Park, Felipe Neri, a ideia surgiu a partir da percepção da equipe de que, por vezes, marcadores de diferença como faixa etária, habilidade motora e afinidades pessoais eram empecilhos para reunir a garotada na hora de brincar, fazendo com que algumas crianças ficassem "excluídas" na hora de formar os grupos, causando um sentimento de frustração.
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"Nossas relações costumam ser competitivas, especialmente nessa idade, com as notas, nos esportes... A escolha dos times, o fato de as crianças escolherem primeiro os considerados mais habilidosos, excluindo os ‘menos habilidosos’ para o final, deixam esses últimos envergonhados e desestimulados. Com os jogos cooperativos, a gente consegue vivenciar o encontro com o outro, não o confronto com o outro. De forma prática, nesses jogos, o objetivo não é uma conquista individual, mas uma conquistas comum a todos, de maneira que as diferenças passam a inexistir", explica Felipe.
Por isso, na hora de dividir os grupos, a ideia é separá-los por critérios diferentes: mês de nascimento, cor ou comida favorita, por exemplo. "O que acontece é que, dessa maneira, a divisão não tem a ver apenas com afinidades esportivas, e eles começam a perceber que têm mais coisas em comum do que pensavam. Desse jeito, eles percebem que nem tudo é sobre o jogo, e que ninguém precisa perder para que eles se divirtam", explica o coordenador.
No final de cada atividade, seja uma partida de vôlei aquático ou uma gincana, são feitas reflexões em grupo com os recreadores, para analisar o que houve de diferente naquela brincadeira, como eles se sentiram e quem foi o vencedor. "Geralmente, eles param para refletir e dizem que todos foram vencedores. E essa era a resposta que queríamos alcançar", completa Felipe.