Sair de casa não é uma tarefa fácil quando se está começando a vida. Seja para trabalhar, estudar ou iniciar uma família. A mudança pode não ser tão traumática para os filhos, mas, muitas vezes, os pais são os que mais sofrem com a separação. Essa sensação de rejeição, solidão e perda é o que se chama de "Síndrome do Ninho Vazio".
A família deve estar preparada para esse momento. Mais do que criar o filho para "voar", os pais devem construir um vida independente dos filhos. Os pais ou as mães que dispensam toda a sua energia para educação do filho e esquecem da sua própria vida, certamente terão mais dificuldade em aceitar a sua partida, por mais necessária que ela seja. Os pais não podem esquecer que, além do papel de pais, eles desempenham outras funções dentro da sociedade. Essa descaracterização é o que leva ao fim de alguns casamentos quando os filhos partem.
O casal não se reconhece mais. Eles passam a ser dois estranhos. Como eles não cultivaram ao longo dos anos hábitos saudáveis para manter acesa a relação conjugal, esse casamento está fadado ao fracasso. A Síndrome do Ninho Vazio não atinge somente os casais. Pais solteiros, viú vos ou separados passam pelo mesmo tormento.
A partida do filho aliada à tristeza prolongada e à falta de objetivos pode levar a depressão, que, muitas vezes, só pode ser tratada com terapia e medicação. Para evitar que angústia evolua para casos mais graves, os pais devem procurar ocupações que lhe tragam realizações pessoais. Sair com os amigos, fazer algum tipo de atividade física, buscar realização profissional e, principalmente, investir nos relacionamentos amorosos.
Outra dica importante é criar uma boa estrutura familiar para que o filho não se sinta um "estranho no ninho" ao voltar para casa. Os pais devem acolher e manter sempre o espaço do filho dentro do lar.
Na contramão
Se a saída do filho de casa é um problema para alguns pais, como lidar com aqueles que ficam em casa por muito mais tempo que o esperado? A chamada "Geração Canguru" leva a uma situação oposta: a "Síndrome do Ninho Cheio". Seja por dificuldades econômicas, necessidade do conforto familiar ou simplesmente por comodidade, essa situação pode levar a uma frustração para ambos os lados. Os pais acreditam que foram incapazes de criar os filhos independentes e estes, por sua vez, frustram-se por não serem independentes.
Porém, é bom lembrar que, felizmente, tanto a Síndrome do Ninho Cheio como a do Ninho Vazio não acontecem com todos os pais. Na maioria dos casos, saindo ou ficando em casa, a relação entre pais e filhos tende a ser saudável e não muito diferente daquela que eles construíram ao longo da vida. (Fonte: PMRJ)