Família

Animais e crianças pequenas em casa: risco ou benefício?

03 mai 2012 às 09:22

Cães e gatos, principalmente os mais dóceis, são ótimas companhias para as crianças, que além de despenderem energia com o amiguinho, ainda assumem responsabilidades no seu trato. Mas a chegada de um bebê ou o convívio entre pets e crianças pequenas requer alguns cuidados.

Para os adultos, os benefícios do convívio com animais de companhia são evidentes. Quando, porém, esses adultos são pais e mães, que já têm crianças pequenas ou aguardam a chegada de um bebê, ainda existe certa resistência em manter ou adquirir um pet para fazer parte da família. Uma pesquisa da Comissão de Animais de Companhia (Comac), do Sindicato Nacional das Indústrias de Saúde Animal (Sindan), revelou que apenas 33% dos casais com filhos com idade até nove anos possuíam animais de estimação, dando base à preocupação dos pais em manter em um mesmo espaço crianças e animais domésticos.


Trabalhos terapêuticos que utilizam animais junto a crianças portadoras de deficiência têm auxiliado na recuperação e servido para desmistificar que pets poderiam trazer algum risco potencial à saúde dos pequenos. A médica veterinária da Vetnil, Isabella Vincoletto diz que o convívio de crianças com animais de estimação é muito saudável, pois além de estimular as habilidades motoras e a comunicação, reduz a ansiedade, acalma, auxilia na brincadeira e no gasto de energia e faz com que a criança, desde cedo, compreenda e assuma algumas responsabilidades.


Convívio saudável pede cuidados


O convívio saudável, no entanto, exige alguns cuidados, principalmente no que se refere à higiene e à limpeza da casa para evitar o acúmulo de pêlos de cães e gatos e à vacinação e vermifugação dos animais. "O pet deve ter um local específico para fazer suas necessidades, para evitar o contato das crianças com as fezes e a urina do animal. A escovação do pet previne a queda de pelos, além de auxiliar na saúde da pele de cães e gatos. Aspirar tapetes e limpar o chão com pano úmido também ajuda na higienização do piso. Vermífugos destinados ao uso de animais adultos e filhotes combatem os principais endoparasitas, como vermes, presentes no trato intestinal e produtos específicos devem ser utilizados para prevenir pulgas e carrapatos", orienta a veterinária do laboratório Vetnil, Isabella Vincoletto. Ela lembra ainda que outro fator de extrema importância é a vacinação dos bichinhos, que deve estar sempre em dia.


Reprodução


Segundo a veterinária, algumas raças têm temperamento muito dócil, como é o caso do Pastor Alemão, Labrador, Beagle, Boxer, Cocker Spaniel e o Staffbull. O gato Balinês e o Siamês também são muito fáceis de convívio. Isso, no entanto, não exclui outras raças de cães e gatos ou mesmo animais sem raça definida, que também podem ser ótimas companhias. "Raças como Pincher e Poodle podem apresentar um 'poder de posse' maior sobre seus donos, mas não há regra sem exceção", explica Vincoletto.


No caso do convívio entre animais e bebês, a médica veterinária dá algumas dicas para preparar o cão, principalmente adulto, a entender a chegada do novo membro da família. "A melhor maneira de acostumar um cão com a presença de um bebê em casa é realmente desde filhote. Mas se a família já tiver um cão adulto há truques para que o animal adulto se acostume com fraldas, mamadeiras, choros e novos cheiros. Desde o início da gravidez é importante mostrar ao cão esse mundo novo. Deixar que o pet cheire o carrinho, o berço e os brinquedos do bebê pode ajudar nesse processo de adaptação. Também é aconselhável enrolar uma boneca em um cobertor que o bebê irá usar e carregá-la perto do pet. Isso facilita o entendimento do cão, que pode ser recompensado com petiscos, a cada resposta de "bom comportamento".

"Dependendo da rotina dos donos do animal, os pets podem passar o tempo todo perto do bebê, mas é importante nunca deixá-lo sozinho, por mais confiança que se tenha no animal", enfatiza a veterinária.


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