Fátima e Will
Você sabia que 90% das discussões acontecem simplesmente devido ao tom de voz? É isso mesmo, a grande maioria das discussões partem por causa do tom de voz e não necessariamente porque as pessoas expressam pontos de vistas diferentes. Ou seja, o problema pode ser mais a forma como a gente fala do que o que dizemos.
Segundo a Orientadora Emocional Camilla Couto, fundadora e autora do Blog das Amarildas, a comunicação simples e direta é de extrema importância nas nossas relações e é determinante na hora de analisar se um relacionamento é ou não saudável. "Tente fazer uma retrospectiva das últimas brigas que você e seu parceiro tiveram. Você se lembra de ter levantado a voz primeiro? Ou então, já que é sempre bem mais fácil julgar o outro, quantas vezes seu companheiro levantou o tom de voz e foi então que a discussão realmente começou?", questiona Camilla.
Prestar atenção na forma como nos comunicamos é essencial para manter bons relacionamentos de todos os tipos. E são vários os fatores envolvidos: "além do tom de voz, a linguagem corporal também conta muito na hora de comunicar de forma assertiva, assim como as palavras que usamos. Num relacionamento amoroso, conhecer bem o outro, a história dele e o que ele traz de bagagem é fundamental", explica Camilla. Palavras e expressões que podem ser usadas sem grandes impactos no seu ambiente familiar e social podem ser extremamente impactantes para o outro.
Por isso, alguns casais precisam de um tempo para entrar nos eixos quanto à comunicação. Por exemplo, enquanto para algumas pessoas usar expressões do tipo: "você está louco(a)?" no calor de uma discussão pode não ser nada sério, pode soar como uma grande ofensa para outras. Camilla lembra: "nesse caso, um sai ofendido e o outro confuso (já que não lhe parece ter dito nada de mais). Imaginem só a confusão que acontece até que consigam finalmente se entenderem"!
Portanto, o vocabulário do casal precisa ser construído e adequado aos poucos conforme o que faz sentido para ambos. "O mais importante é que a comunicação seja sincera, assertiva e, sobretudo, amorosa", reflete a orientadora, "o hábito de apontar erros o tempo todo, criticar e julgar é algo que cria um afastamento concreto e desnecessário entre qualquer casal". Em vez disso, expressar abertamente nossas opiniões e nossos desejos de forma amorosa, transparecendo empatia e evidenciando momentos bons e atitudes que valorizamos no outro contribui muito para a proximidade, a intimidade e a cumplicidade. "Quando a comunicação entre um casal flui com leveza e clareza, ambos se sentem confortáveis para se expressar sem medo, sem subterfúgios e sem a sensação de estar pisando em ovos", complementa.
Como anda a comunicação no seu relacionamento?
Certamente você já disse ou ouviu alguém próximo dizer: "não posso falar nada para fulano, tudo acaba em discussão". Essa situação, infelizmente, é muito mais corriqueira do que imaginamos. "Quando a comunicação chega ao ponto em que ambos param de tentar, as chances de reverter a situação podem ser pequenas. Não é só o amor que sustenta uma relação, boa comunicação também é indispensável. Cada diálogo demanda paciência, empatia, compaixão, amorosidade, abertura para ouvir o outro", explica Camilla Couto. Comunicação tem, sim, tudo a ver com a expressão de uma ideia, a utilização das palavras corretas, a adequação da linguagem corporal e do tom de voz – mas não é só isso: "a comunicação é algo que se constrói juntos no dia a dia, palavra por palavra, gesto por gesto, aceitando as diferenças e ajustando as divergências", finaliza a orientadora.
Quando compreendemos tudo isso e nos observamos, somos capazes de nos comunicar de maneira mais amorosa, não apenas com o outro, mas conosco também. Acredite: na maioria das vezes, é muito melhor ouvir e entrar num acordo, do que "vencer a guerra" na hora de discutir.