Quando se fala em gravidez de risco é comum imaginarmos a futura mãe, que passa todo período gestacional deitada, sem poder realizar as tarefas do cotidiano. No entanto, diversas situações que não obriguem a mãe a ficar acamada, também são relacionadas à este tipo de gestação. É o que explica Andréa Sincero Sá, médica ginecologista e obstetra da Clínica Plena. Segundo ela, a hipertensão e o diabetes estão na lista de doenças mais frequentes na gravidez e podem causar riscos tanto para a mãe quanto para o bebê. "Normalmente não requerem repouso absoluto da mãe, no entanto o risco da gestação é maior", complementa Andréa.
De olho na idade
A idade também é fator que pode influenciar na evolução da gravidez. Para a ginecologista, adolescentes podem sofrer com a imaturidade orgânica, ou seja, quando o corpo ainda não está pronto para gestar. "A demora em diagnosticar a gravidez, comum nesta idade, também pode acarretar problemas", destaca.
De acordo com Andréa, mulheres acima dos 35 anos compõem o outro grupo de risco relacionado à faixa etária. "O adiamento da gravidez em função da busca por uma estabilidade profissional é cada vez mais comum", comenta. A médica explica que isso resulta na diminuição da fertilidade e numa probabilidade maior de desenvolvimento de doenças da tireoide, diabetes e hipertensão, além do maior risco de anormalidades cromossômicas no feto, como por exemplo, a síndrome de down.
Outros fatores
Histórico de uso de álcool, drogas e doenças sexualmente transmissíveis (DST’s), também promovem riscos. Outra questão que precisa ser avaliada, segundo Andréa, é a situação socioeconômica das futuras mães.
"Para algumas famílias mais carentes, o pré-natal não é considerado prioridade na gravidez, o que posterga um diagnóstico e tratamento precoce de doenças que podem aparecer", detalha. Mães que vivem em situações de insegurança, seja por questões financeiras ou de relacionamento, podem desenvolver quadros graves de ansiedade, o que pode aumentar o risco de depressão pós-parto.
O que pode ser feito
A especialista orienta que a mulher já diagnosticada como hipertensa ou diabética antes de engravidar, deve procurar o tratamento adequado para que os níveis de pressão ou glicose estejam sob controle para que a gestação ocorra. "Mulheres acima do peso também são orientadas a emagrecer antes da gravidez", observa. Atividade física e acompanhamento nutricional podem auxiliar para diminuição, principalmente, no risco de desenvolvimento do diabetes gestacional.
Para a médica, o acompanhamento realizado no pré-natal é que permite o diagnóstico precoce da maioria das doenças na gestação e o tratamento adequado, portanto, fundamental para uma gravidez segura e o nascimento de um bebê saudável.