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Vacina pediátrica contra pneumonia é novidade no Brasil

14 jul 2009 às 09:12

Uma nova vacina pediátrica, recém-aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), garante proteção contra doenças que podem ser fatais, como a meningite e a pneumonia, e atua contra infecções do ouvido médio (otite média aguda). Trata-se da vacina pneumocócica conjugada - a primeira no mundo que inclui os sorotipos preconizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

O infectologista da Sociedade Brasileira de Pediatria, Aroldo Prohmann de Carvalho, durante coletiva para apresentar a nova vacina, afirmou que as doenças pneumocócicas consistem no maior problema de saúde pública em todo o mundo. ''Nos países em desenvolvimento cerca de quatro milhões de crianças menores de cinco anos morrem por ano em decorrência de doenças por pneumococo. É a principal causa de morte em crianças menores de dois anos de idade'', afirma Carvalho.


Segundo Carvalho, as infecções no ouvido estão entre os principais motivos de consultas médicas e de prescrição de antibióticos para crianças. ''A otite média aguda pode causar sequelas como o atraso da fala e no desenvolvimento do aprendizado'', observa o médico.


Conforme o especialista, a vacina representa um grande ganho para a saúde pública. ''A expectativa é cobrir mais de 80% dos casos de doença pneumocócica invasiva, como a meningite e a pneumonia'', afirmou, acrescentando que esse número representa 12,5% a mais se comparado à vacina atualmente disponível no mercado: a 7-Valente.


Otávio Cintra, gerente médico de vacinas da GlaxoSmithKline (GSK) - laboratório que desenvolveu a nova vacina, ressalta que a grande incidência das doenças causadas pelo pneumococo ocorre em crianças abaixo de cinco anos. ''Oito em cada dez crianças tem, no mínimo, um episódio de otite aguda nos três primeiros anos de vida'', diz.


Questionado sobre a forma como a nova vacina será administrada, Cintra detalha: ''Serão quatro doses. Aos dois, quatro, seis e quinze meses de idade''. Ele observa que a vacina será aplicada por injeção na coxa da criança, podendo provocar reações comuns, como febre e vermelhidão no local da aplicação.


O gerente calcula que em três meses a vacina será disponibilizada no mercado. ''Agora só depende da aprovação da Câmara Brasileira de Medicamentos que vai definir o valor da nova vacina''.


Bebês devem ser imunizados contra VSR


Apesar do nome não ser muito familiar, o vírus sincicial respiratório (VSR) é bastante comum no Brasil. Em crianças saudáveis maiores de dois anos e adultos provoca sintomas semelhantes aos de uma gripe, mas em crianças recém-nascidas é o principal responsável por bronquilotes, pneumonias e outras doenças respiratórias. É também conhecido por deixar, como sequela, um chiado recorrente, que pode acompanhar a criança até os 10 anos de idade.


Para prevenir a infecção por VSR em prematuros e recém-nascidos com displasia broncopulmonar e cardiopatas, as sociedades brasileiras de Imunizações (SBIM) e de Pediatria (SBP) recomendam a administração de anticorpo monoclonal humanizado (palivizumabe), que atua diretamente na superfície do vírus.


É aplicado via intramuscular, mensalmente, por cinco meses consecutivos no período reconhecido como de alta circulação do vírus (abril a setembro). Também é possível prevenir evitando aglomerações, tomando cuidados ao manusear objetos do bebê, evitando o contato de bebês com crianças mais velhas e adultos com sinais de resfriado ou gripe, e evitando o contato com fumantes e ambientes poluídos.


*A repórter viajou ao Rio de Janeiro à convite da GlaxoSmithKline (GSK).

Serviço: www.sbim.org.br


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