Uma em cada cinco refugiadas – ou mulheres deslocadas em complexos humanitários – sofreu violência. O número, divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), ainda é subnotificado e serve como alerta no Dia Laranja pelo Fim da Violência contra as Mulheres, celebrado neste domingo (25).
Segundo a ONU, a discriminação contra mulheres e meninas é causa e consequência do deslocamento forçado e da apatridia (falta de nacionalidade e de cidadania). Muitas vezes, essa discriminação é agravada por outras circunstâncias, como origem étnica, deficiências físicas, religião, orientação sexual, identidade de gênero e origem social. As mulheres representam 49% das pessoas refugiadas em 2016, de acordo com relatório Tendências Globais, do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). Aquelas que estão desacompanhadas, grávidas ou são idosas estão ainda mais vulneráveis.
No Brasil
Dados do último relatório do Comitê Nacional para Refugiados (Conare) apontam que 32% das 10.038 solicitações de refúgio foram feitas por mulheres no ano passado. O número total de refugiados reconhecidos no país aumentou 12% no país, em 2016, chegando a 9.552 pessoas de 82 nacionalidades.
Do total de refugiados no país, 8.522 foram reconhecidos por vias tradicionais de elegibilidade, 713 chegaram ao Brasil por meio de reassentamento (transferidos de outros lugares) e a 317 foram estendidos os efeitos da condição de refugiado de algum familiar. Os países com maior número de refugiados reconhecidos no Brasil em 2016 foram Síria (326), República Democrática do Congo (189), Paquistão (98), Palestina (57) e Angola (26).