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Trabalhar à noite aumenta o risco de câncer de mama

04 jul 2012 às 13:02

Mulheres que trabalham em turnos noturnos têm um risco 30% maior de desenvolver câncer de mama em relação às funcionárias que cumprem o horário convencional (ou comercial). Essa é a conclusão de um estudo que acaba de ser publicado pela revista científica International Journal of Cancer.

A investigação, que envolveu 3.000 mulheres, foi conduzida por pesquisadores franceses do Inserm (Instituto Nacional da Saúde e Pesquisa Médica). Eles se basearam em levantamentos populacionais feitos entre 2005 e 2008. Mais de 11% das mulheres analisadas tinham trabalhado à noite em algum momento. Os riscos de apresentar um tumor foram maiores entre as que passaram por essa experiência por mais de quatro anos e entre aquelas que haviam trabalhado à noite antes da primeira gravidez.



Luz artificial à noite reduz a secreção da melatonina, diz estudo conduzido por pesquisadores franceses


Não é a primeira vez que o trabalho noturno é associado a um risco maior de câncer de mama. Em maio, o Inca (Instituto Nacional do Câncer) divulgou um estudo sobre o aspecto ocupacional do tumor que citava a suscetibilidade das enfermeiras - justamente porque muitas trabalham à noite.


A explicação mais aceita pelos médicos é a de que se expor à luz artificial à noite reduz a secreção da melatonina, responsável pelos receptores hormonais, pelo sistema imune e pelo sono. Essa desregulação hormonal teria ligação com o tumor. Em 2010, a Agência Internacional para Pesquisa de Câncer classificou as atividades profissionais que perturbam o ritmo circadiano, como o turno noturno, como "provavelmente cancerígenas".


Estatísticas, diagnósticos e tratamento


Dados do Inca apontam que neoplasia mamária é a segunda mais frequente no mundo e a mais comum entre as mulheres – são 22% de casos novos em relação ao mesmo período do ano anterior.


A doença apresenta 95% de chance de ser curada, quando o nódulo é menor que um centímetro, porém o auto-exame não consegue detectar nessa fase. "A mamografia é uma das principais formas para diagnóstico da doença em estágio inicial, fato importantíssimo para o sucesso do tratamento", ressalta o oncologista Ricardo Caponero.


Além de advertir sobre a necessidade da prevenção, Caponero mostra que os recursos estão cada vez favoráveis às mulheres que irão passar pelo tratamento quimioterápico. "É sempre bom destacar que a medicina avança a passos largos e dispõe de uma série de medicamentos para salvar vidas e garantir maior conforto à paciente mesmo nos casos avançados do câncer de mama e ovário. Uma das opções é a doxorrubicina lipossomal peguilada, mais conhecida como DLP, que além dos eficazes resultados provoca a diminuição dos temíveis efeitos colaterais, como náuseas, vômitos e queda de cabelo", finaliza.


No Brasil, a doxorrubicina lipossomal peguilada é comercializada como Doxopeg.


Prevenção


Segundo Ricardo Caponero, cerca de 30% a 40% dos cânceres podem ser evitados com bons hábitos:


Não fume – o cigarro é responsável por 30 % das mortes de câncer;


Mantenha uma dieta equilibrada rica em frutas e verduras; por outro lado, reduza proteína animal do cardápio;


Procure ficar no seu peso ideal, evitando sobrepeso ou obesidade;


Quadros infecciosos causados por vírus ou bactérias estão relacionados com 17% de todos os cânceres;

É fundamental adotar um comportamento de sexo seguro. É importante ainda vacinar as adolescentes contra o HPV, antes do início da vida sexual.


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