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Secreção vaginal requer atenção durante a gravidez

09 jun 2017 às 14:51

Na gestação, mudanças como aumento de peso, manchas na pele, varizes, variações de humor e no padrão de sono podem ocorrer naturalmente. Entretanto, as futuras mamães devem atentar-se a outra alteração: o aumento ou aparecimento das secreções vaginais.

De acordo com o ginecologista Dr. Renato de Oliveira, as secreções na gravidez são algo que podem tratar-se de fenômeno natural e não apresentar riscos à mãe ou ao bebê. "O aumento das secreções vaginais é comum durante a gestação e, na maioria das vezes, trata-se de algo benigno e fisiológico, decorrente do maior fluxo de sangue na região vaginal e do papel do estrogênio na proliferação da parte interna da vagina, denominada mucosa vaginal. Sua descamação, consequentemente, é maior e pode ser percebida por um corrimento com aspecto transparente ou levemente esbranquiçado, sem cheiro ruim e sem causar coceira ou irritação. Próximo ao parto, a secreção vaginal pode apresentar uma coloração avermelhada ou amarronzada. Esse é um sinal de que uma pequena quantidade de sangue está misturada, sugerindo modificações do corpo para o preparo do parto. Porém, somente por este sinal não se pode estimar o tempo exato para o nascimento, pois isso varia para cada mulher", ressalta.

Como identificar?


As futuras mamães devem ficar atentas, pois apesar de normal, algumas secreções funcionam como sinais de alerta e devem ser observadas. "Secreção vaginal normal não apresenta cheiro ou coceira e tem coloração clara, semelhante à secreção do período fértil, podendo ser esbranquiçada ou transparente. Esse tipo de corrimento é uma secreção fisiológica que tem como principal função umedecer e lubrificar a vagina", esclarece o especialista.


Já o corrimento patológico, ou seja, um desequilíbrio da flora vaginal, pode apresentar desconforto, coceira e cheiro desagradável, e podem ser provenientes de infecção por fungos, bactérias e/ou protozoários. "Os corrimentos de caráter infecciosos, se não forem devidamente tratados durante a gravidez, podem prejudicar tanto a mãe quanto o feto, considerando um aumento na chance de trabalho de parto prematuro. Além disso, podem ser sinais de doenças como candidíase, vaginose bacteriana, tricomoníase e gonorreia, por exemplo. Além disso, há corrimentos provenientes de processos alérgicos ou manifestação de algum desequilíbrio no organismo. Portanto, evitar automedicação e procurar um médico é fundamental", complementa.

Para prevenir o incômodo, a gestante deve evitar o uso de roupas apertadas, não utilizar absorventes diários e não realizar duchas vaginais, além de optar pelo uso de calcinhas de algodão e lavá-las com sabão de coco, sabão neutro ou sabonetes próprios para lavagem de calcinha. Alimentação balanceada e atividade física também são importantes para manter o equilíbrio da flora vaginal. "O acompanhamento durante o pré-natal também é essencial. No surgimento de qualquer secreção ou sintoma inesperado, procure seu obstetra a fim de evitar consequências indesejáveis para a gestante e para o bebê", finaliza.


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