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Relato de jovem contando que homem ejaculou em sua saia em ônibus divide opiniões

06 abr 2016 às 09:24

Um dos locais que mais ocorrem abusos sexuais contra mulheres é no transporte coletivo, de acordo com uma pesquisa realizada em São Paulo pelo Datafolha. O local, que quase sempre é superlotado, é propício para os abusadores praticarem seus crimes. E nesta terça-feira (5) uma jovem de Curitiba fez um relato emocionado e cheio de revolta em sua conta no Facebook sobre um episódio que aconteceu com ela. De acordo com Grazi Oliveira, um homem a teria assediado dentro de um ônibus na capital paranaense.

No post, ela fala que estava dentro do transporte coletivo indo para casa e percebeu que um homem estava se esfregando nela. "Guardei o celular na bolsa e foi então que eu percebi que ele estava ali. Parado bem nas minhas costas, aproveitando de cada curva para se esfregar em mim", diz em um trecho. Ela ainda conta que tentou até se afastar, mas ele a acompanhava. "Não bastasse, ele começou a respirar muito forte por cima do meu ombro, chegando a gemer baixinho", desabafou.


Ao descer do ônibus, Grazi percebeu então que além do abuso sofrido dentro do coletivo, o homem tinha ejaculado em sua saia. "Eu não quero mais ligar pra minha mãe chorando, eu não quero mais ter medo de andar na rua, eu não quero mais me culpar por ser a vítima, eu não quero mais ter que pensar no tamanho da minha saia antes de sair de casa, eu não quero ter que limpar a sujeira dos outros", escreveu.


Na rede social, a jovem recebeu inúmeros comentários a elogiando pele denúncia e dando apoio. Contudo, muitas pessoas duvidaram da veracidade do caso dizendo que o sêmen seca rápido e, como a foto foi tirada quando ela chegou em casa, ele já deveria estar seco.


Foi criado até um fórum de discussão com algumas pessoas comentando sobre o ocorrido. Alguns homens inclusive alegam que a história é mentira somente pelo fato da mulher ser ativista da causa feminista.


Confira o relato completo:


"Aquele tipo de texto difícil de escrever porque suas mãos ainda estão tremendo.
Eu só queria ir pra casa depois de uma longa espera no pronto atendimento. Pegar o ônibus, ir pra casa.
Entrei no tubo, o ônibus veio logo, estava cheio, horário de pico, mas sabem como é CENTENÁRIO/ CAMPO COMPRIDO sempre tem espaço pra mais um.
Me ajeitei no cantinho, segurei a bolsa e só pensei na hora que ia poder tirar essa bota quente, pois Curitiba não decide quantas estações vai fazer em um dia.
Mas não é fácil assim, ir pra casa não é fácil assim. Se você é mulher e precisa pegar um ônibus lotado, com certeza, não vai ser fácil chegar em casa.
Guardei o celular na bolsa e foi então que eu percebi que ele estava ali. Parado bem nas minhas costas, aproveitando de cada curva para se esfregar em mim. Tentei dar um passo pra frente mas ele acompanhou, continuando encostado. Não bastasse ele começou a respirar muito forte por cima do meu ombro, chegando a gemer baixinho. Tentei empurra-lo com o cotovelo, ir para outro lugar mas não tinha jeito. Ele continuou ali, se esfregando e gemendo. Precisei descer no tubo que seguia, mesmo não sendo o meu. Antes de sair o empurrei e disse a ele que era um velho nojento e deveria se envergonhar de agir desse modo em qualquer lugar que seja.
Ao descer percebi que ele não havia apenas se encostado e insinuado, ele havia ejaculado na minha saia, e então eu desabei.
Agora, chegando em casa, não estou feliz por tirar essas botas quentes. Agora, chegando em casa, estou limpando de mim mais um dia difícil de se chegar em casa.
Eu não quero mais ligar pra minha mãe chorando, eu não quero mais ter medo de andar na rua, eu não quero mais me culpar por ser a vítima, eu não quero mais ter que pensar no tamanho da minha saia antes de sair de casa, eu não quero ter que limpar a sujeira dos outros.
Desculpem o texto e a imagem mas eu to cansada, irritada e triste, e se eu tivesse a opção desejaria nunca ter que falar sobre essas coisas. Desejaria que essas coisas nunca acontecessem."

Nesta quarta-feira (6) pela manhã o post foi excluído da conta de Grazi no Facebook. (Com informações do Bol, R7 e Catve)


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