Em busca do almejado liso perfeito para os cabelos, tem gente que ignora os perigos que alguns produtos químicos oferecem. Desde 2009 a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) faz alertas sobre os riscos do uso de formol nos processos químicos em salões de beleza. Mas, por ser um produto barato e fácil de encontrar, muitos profissionais não dão ouvidos aos alertas e continuam usando o produto, que recebe o nome de formaldeído.
E não são apenas os produtos para alisamento capilar que contêm formaldeído, a substância também aparece em produtos para unhas (esmaltes, colas, removedores de esmalte e cutícula), cola para cílios postiços, sabonete líquido e em barras, desodorantes, cremes para a pele, cosméticos em aerossol, enxaguantes bucais, e até em cremes e shampoos para crianças.
A Anvisa proíbe qualquer adição de formol (formaldeído no estado líquido) em produtos prontos e permite a concentração, durante o processo de fabricação do cosmético, de no máximo 0,2% de formol com a função de conservante. Em produtos para alisamento capilar, o formol não pode ser empregado para atuar como alisante, porque a sua concentração teria que ser muito maior do que a permitida. Mesmo assim, a maioria das mulheres optam por este tipo de tratamento para manter os cabelos mais lisos.
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Disfarce
Hoje, raramente encontramos produtos, principalmente para o tratamento dos cabelos, que não tenham uma pequena quantidade de formol. O que ocorre é que ele aparece "disfarçado" atrás de nomes que o cliente é incapaz de identificar como sendo formol.
Como descobrir se há formol nos produtos?
Para descobrir que os produtos que você usa contêm formol 'disfarçado', a grande sacada é ler atentamente os rótulos e observar alguns nomes. Segundo informações do site Diário de Biologia), nos rótulos de produtos cosméticos é muito comum aparecer na composição o produtos "Methylene Glycol" (Metileno Glicol). Essa substância nada mais é do que o chamado "formol líquido" (misturado à água e álcool) e pode ser convertida em várias outras, dependendo da temperatura, do pH, da concentração e da presença de outros ativos. Vale ressaltar que a Scientific Committee On Consumer Safety já constatou e declarou que o Methylene Glycol, embora seja quimicamente diferente, é equivalente ao formol. Em cremes alisantes também é comum encontrar Ácido Glioxílico, que aparece na composição como Glyoxylic Acid.
A Vigilância Sanitária fiscaliza produtos e estabelecimentos que prometem alisamentos milagrosos, mas as consumidoras devem questionar profissionais que prometem um liso perfeito sem uso de formol. Quando for se submeter a qualquer procedimento químico no salão, a dica é ficar atenta ao rótulo dos produtos que o profissional vai usar no seu cabelo. Não deixe de ler também a composição se shampoos, condicionadores e máscaras. Além do Metileno Glicol, procure nas embalagens os seguintes ingredientes, todos são variações de formol:
Methanal (Metanal)
Ácido glioxílico
Óxido de Metileno
Oxymethylene (Oximetileno)
Methylaldehyde (Metil aldeído)
Oxomethane (Oximetano)
Formalina (Formalin)
Aldeído Fórmico
Riscos do formol para a saúde
Os riscos do formol não estão apenas no momento da aplicação. A exposição à substância pode causar efeitos tóxicos agudos, no momento de sua aplicação ou nas horas que se seguem. No entanto, o uso repetido, crônico também traz risco para a saúde. A exposição por tempo prolongado, principalmente se esta se dá em ambientes fechados (caso dos salões de beleza), aumenta o risco de desenvolvimento de câncer, em especial de nasofaringe e leucemias, segundo informações do Inca - Instituto Nacional de Câncer.
Como o formol é volátil, uma maior quantidade é inalada, tanto por quem aplica quanto por quem recebe a aplicação do produto, por isso a preocupação com os profissionais que estão aplicando ser imensa.
Os sintomas da intoxicação são variáveis como fortes dores de cabeça, vertigem, falta de ar, dificuldade para respirar, irritação nos olhos, nariz e garganta, dores abdominais, náuseas, podendo causar laringites, bronquites, pneumonias e até câncer.(Fontes: Diário de Biologia e Inca)