Drenagem é uma opção?
A Prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, vai realizar a partir do dia 20 de novembro a "Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres". A solenidade de abertura será no domingo (20), às 10h, na Concha Acústica (Rua Piauí, 130) com o lançamento da campanha e ações alusivas ao Dia Nacional da Consciência Negra.
Até as 13h, o público poderá participar da feira de artesanato e exposição de artes, ver os painéis informativos; experimentar comida típica angolana e doces tradicionais; escutar as apresentações musicais de Bernardo Pelegrini; Helena Tannure; Pedro Fernandes; do Trio Kinka Manoel, Oseias Calixto e Arildo; Daniel Quaresma; das Black Divas Adilza, Lidia, Aline, Elaine e Sandra; Louis Kenson Janvier RAPER Topsun Mond Lan.
A abertura é uma realização da Prefeitura de Londrina com o Coletivo Black Divas, 10ª Subdivisão Policial de Londrina e Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (CMPIR). A intenção da participação da Prefeitura e dos grupos nessa campanha é lembrar que a violência contra as mulheres é, também, uma violação dos direitos humanos e deve ser combatida diariamente, por toda a sociedade.
De acordo com a secretária municipal de Políticas para as Mulheres, Sônia Medeiros, a participação na campanha é de grande importância ao município, pois marca a presença de Londrina em um movimento internacional pela busca do enfrentamento à violência contra as mulheres e o combate à discriminação existente com relação a esse gênero. "Conseguimos unir diversos parceiros em atividades de debates, de mobilização, de combate ao preconceito e à violência, especialmente, àquele relacionado à mulher negra. Os 16 dias de campanha são extremamente importantes para o desenrolar de discussões sobre a violência contra a mulher", disse.
Segundo os dados do "Mapa da Violência", da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, no Brasil, a cada 100 mil mulheres, 4,8 são vítimas de homicídios. A pesuisa ainda aponta um crescimento desse índice ao longo dos anos, o número de vítimas passou de 1.3 mulheres em 1980, para 4.8 em 2013.Esse índice é ainda pior nas mulheres negras, pois com relação a esse grupo, houve um aumento no número de assassinatos de 54% em 10 anos.
Com relação aos dados do município de Londrina, somente de janeiro até agosto deste ano, 2.377 atendimentos com psicólogas, assistentes sociais e de orientação jurídicas às mulheres vítimas de violência foram realizados pelas profissionais do Centro de Referência e Atendimento à Mulher (CAM). Ao todo, 1.394 mulheres foram atendidas, nesse período.
Desde a criação do CAM, em 1993, 10.246 mulheres agredidas por seus parceiros receberam o acolhimento e os serviços municipais. Segundo a gerente de apoio à mulher do CAM, Patrícia Ferri Raboni, dessas vítimas cerca de 25% voltam a ser agredidas seja pelo mesmo companheiro ou por outro diferente.
Denúncias
As mulheres vítimas de violência podem recorrer ao Centro de Referência e Atendimento à Mulher (CAM), de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, na Av. Carlos Gomes, 145, no Jardim Petrópolis. É possível chegar até o local com a linha de ônibus 206 (Europa). O Setor de Acolhida (primeiro atendimento) também é feito de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. O contato também pode ser feito pelos números (43) 3341-0024, 3341-2781 ou ainda 3341-9046 para mais informações. O endereço eletrônico é cam.mulher@londrina.pr.gov.br.
Campanha
Além de alertar para os dados da violência contra as mulheres, o município pretende estabelecer um elo simbólico entre as datas englobadas na campanha. Isso porque, no mundo inteiro, os 16 dias referem-se à campanha que começa no dia 25 de novembro, Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, prosseguindo até 10 de dezembro, o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Durante esse período, a campanha engloba o 6 de dezembro, que é o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres.
A "Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres" é uma mobilização anual, realizada simultaneamente por diversos segmentos da sociedade civil e do Poder Público, desde 1991, em cerca de 160 países. No Brasil, ele teve início em 2003 e, em Londrina, começou a ser celebrada em 2015.
Segundo a diretora de Articulação de Políticas Públicas da Secretaria, Nanci Skau Kemmer de Moraes, a participação de diversas entidades auxilia e fortalece o movimento criado com a campanha internacional e ajuda a cidade a falar sobre a necessidade de enfrentamento à violência contra mulher. "Quando envolvemos todos esses parceiros envolvemos a sociedade civil e o poder público na defesa dos direitos das mulheres e no enfrentamento da violência doméstica. Isso é importante, porque demonstra que muitas instâncias estão preocupadas com essa questão e querem avanços na garantia dos direitos e na execução de políticas públicas", explicou.
A Prefeitura de Londrina, em conjunto com as entidades parceiras, vai realizar diversas ações que englobam atos públicos, palestras, capacitações, atividades festivas, fórum de debates, entre outras. A programação completa está disponível no Portal da Prefeitura.