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Nova laqueadura é mais rápida e segura

14 set 2010 às 09:13

Uma porcentagem significativa das mulheres sofre com os efeitos colaterais dos métodos anticoncepcionais. Para não engravidarem depois de formarem suas famílias, a laqueadura acaba sendo a única opção para evitar enjoos, dores de cabeça, alterações de humor e outros sintomas indesejados de quem não se adapta às pílulas, injeções e adesivos de hormônios.

O problema então está nos riscos de uma cirurgia complexa e com pós-operatório dolorido como o de uma cesária. Mas com a evolução tecnológica, esse quadro mudou. As mulheres que não desejam mais filhos e gostariam de fazer uma laqueadura, têm a possibilidade de realizar a Laquedura Tubárea por via Histeroscópica, que dispensa anestesia, cortes e permite um reestabelecimento imediato da saúde da mulher.


''Introduzimos na tuba, com a ajuda de um histeroscópio com lente de 3mm de diâmetro, um dispositivo intratubário que comporta uma espiral com menos de 1 mm de espessura. É como se fosse um mini stent (utilizado em tratamentos coronarianos), mas desenhado especificamente para a função de fazer a oclusão da trompa, com a mínima invasibilidade'', explica o ginecologista Flávio Zanoni, que trouxe o método para Londrina.


Após 3 meses do procedimento, de acordo com o especialista, o próprio organismo vai fazer a oclusão da trompa que recebeu o micro-implante. ''Nesse intervalo é necessário usar outros métodos contraceptivos para não engravidar. Caso a gravidez aconteça ela corre normalmente sem nenhum problema e depois que o bebê nascer a mãe já estará laqueada'', afirma.


A laqueadura através do micro-implante pode ser realizada no próprio consultório com a demora de 10 minutos para cada trompa. ''Não é necessário anestesia nem corte e a dor pode ser comparada a uma cólica. A paciente que quiser optar pela anestesia pode fazer sem problema algum. Mas o tratamento é indolor'', garante Zanoni. ''Após o procedimento a paciente pode andar normalmente e não necessita ficar em repouso'', completa.


A técnica, nas palavras do especialista, já vinha sendo testada há anos no exterior, mas sem sucesso. ''De quatro anos para cá inventaram esse dispositivo intratubário e ela começou a ser disseminada no Brasil. Sua eficácia é de 99,8%'', garante.


O método, segundo ele, é irreversível e, como as demais formas de laqueaduras, é regulamentado pela Lei 9.263, de 1996, que diz que, para ser submetida à laqueadura, a mulher precisa ter mais de 25 anos e prole constituída com dois ou mais filhos. ''Mesmo sendo um método inédito e bastante interessante, a decisão de realizar a cirurgia deve ser tomada com cautela, para não haver arrependimento'', aconselha.

O tratamento, bastante simples e quase sem contra-indicação, só tem um inconveniente: o preço ainda não é nada popular. A reportagem apurou que só o par de stents custa aproximadamente R$ 5 mil, enquanto que uma laqueadura convencional sai em sua totalidade por cerca de R$ 4 mil.


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