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Nascimentos por reprodução assistida aumentam 25%

02 jun 2009 às 11:54

De 219 mil a 246 mil bebês nascem a cada ano no mundo graças ao desenvolvimento das técnicas de reprodução assistida, segundo um estudo internacional publicado no periódico científico Human Reproduction.
A pesquisa indica um grande aumento no número de procedimentos do tipo: mais de 25% em apenas dois anos, de 2000 a 2002. Os pesquisadores usaram dados de 1.563 clínicas em 53 países, mas ressaltam a insuficiência de dados em partes da Ásia, África e Oceania.

O professor Jacques de Mouzon, do Instituto Nacional de Saúde e da Pesquisa Médica (Inserm), na França, coordena o Comitê Internacional para Monitoramento de Tecnologias de Reprodução Assistida (Icmart, na sigla em inglês), responsável pelo estudo.


"Este é o oitavo relatório produzido pelo Icmart desde 1989. Trata-se de um relatório muito importante, pois ele, ainda que imperfeito, fornece dados capazes de auxiliar em debates e tomadas de decisão em temas como a disponibilidade, benefícios e riscos dessa cada vez mais importante prática médica. O relatório permite que comparemos países e regiões e que façamos análises a partir da comparação com relatórios anteriores", disse.


Mouzon destaca o crescente aumento no número de nascimentos a partir de técnicas como a injeção espermática citoplasmática, que tem crescido mais do que a fertilização in vitro. "Entretanto, há muitas variações entre os países em relação à disponibilidade e à qualidade das técnicas de reprodução assistida", ressaltou.


"Há muitos motivos para isso, como diferenças nas taxas de fertilidade, nas idades das mulheres, na cobertura de saúde e na economia do país. Mas o mais importante é certamente a disparidade no acesso aos sistemas de saúde e às tecnologias de reprodução assistida. No oeste da Europa, por exemplo, essas condições se mostram bem mais favoráveis do que nos países em desenvolvimento", disse.


Segundo Mouzon, isso levanta a questão de se desenvolver técnicas de baixo custo para aplicação em países mais pobres, que permitam um maior acesso por parte da população interessada.

"Nos países em desenvolvimento, o tratamento é muitas vezes mais agressivo, podendo levar a nascimentos múltiplos e a problemas como síndrome da hiperestimulação ovariana ou a necessidade de reduções fetais", disse.


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