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Efeitos colaterais

Não existe quantidade de álcool segura durante a gravidez, aponta relatório

Redação Bonde
30 dez 2015 às 10:02

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- Reprodução
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Um novo relatório clínico da Academia Americana de Pediatria (AAP) identifica a exposição pré-natal ao álcool como a principal causa evitável de defeitos do nascimento, de deficiência intelectual e de desenvolvimento neurológico em crianças. O relatório, Transtornos do Espectro Alcoólico Fetal, publicado em novembro de 2015, destaca que não existe quantidade segura de álcool durante qualquer fase da gravidez.

"Perturbações do Espectro do Alcoolismo Fetal (FASDs) é um termo abrangente para uma gama de efeitos que podem ocorrer em alguém cuja mãe bebeu álcool durante a gravidez. Problemas neurocognitivos e comportamentais da exposição pré-natal ao álcool se manifestam durante toda a vida, mas o reconhecimento precoce, o diagnóstico e a terapia para qualquer uma das condições que compõem as FASDs podem melhorar a saúde da criança", afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski.

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Mas, segundo os autores do relatório, infelizmente, a falta de critérios diagnósticos uniformemente aceitos para os distúrbios relacionados com a exposição ao álcool durante a vida fetal tem limitado iniciativas que poderiam diminuir o impacto das FASDs.

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"A exposição ao álcool no pré-natal é causa frequente de defeitos estruturais ou funcionais no cérebro, no coração, nos ossos e na coluna, além de afetar também os rins, a visão e a audição. Está associada a uma maior incidência de déficit de atenção / hiperatividade e de deficiência de aprendizagem específica, tais como dificuldades em matemática e em linguagem, em funcionamento visual-espacial, no controle dos impulsos, no processamento de informações, nas habilidades de memória, de resolução de problemas, de raciocínio abstrato e de compreensão auditiva", explica o médico, que é membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

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Cerca de metade de todas as mulheres em idade fértil, segundo o relatório americano, relatou o consumo de álcool no mês passado, e quase 8% das mulheres disseram que continuaram a consumir álcool durante a gravidez. Um estudo recente descobriu um aumento do risco de retardo de crescimento infantil, mesmo quando o consumo da grávida foi limitado a uma dose de bebida alcoólica por dia.


Ingerir álcool no primeiro trimestre da gestação, comparado a não beber, resulta em 12 vezes mais chances de dar à luz a uma criança com FASDs. Beber no primeiro e no segundo trimestre aumenta as chances de FASDs em 61 vezes. As mulheres que bebem álcool durante todos os trimestres da gestação aumentam a probabilidade de FASDs em 65 vezes.


"A pesquisa sugere que a escolha mais inteligente para as mulheres que estão grávidas é abster-se de álcool completamente. O pediatra e o ginecologista/obstetra, bem como os demais profissionais de saúde, podem desempenhar papéis importantes no sucesso da prevenção das FASDs, nas modalidades de intervenção e tratamento, mas também no progresso da investigação necessária para descobrir meios adicionais para enfrentar as consequências ao longo da vida das crianças", diz o pediatra.

*Para ver outros conteúdos relacionados ao universo infantil acesse a página de Moises Chencinski no Facebook ou no You Tube.


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