Pesquisa divulgada pela Organização das Nações (ONU) revela que as mulheres vivem mais que os homens em todas as regiões do mundo. Em países desenvolvidos, a média de expectativa de vida para as mulheres chega a 83 anos, enquanto a dos homens é de 78 anos. Mesmo em regiões pobres, como a África Central, a média é de 57 anos para as mulheres e de 54 para os homens.
No campo da saúde, o relatório destaca que o câncer de mama, entre as mulheres, e o de pulmão, entre os homens, são os tipos da doença que mais registram novos casos. Os dados mostram ainda que as mulheres têm mais chance de morrer por doenças cardiovasculares, sobretudo na Europa.
As mulheres representam 60% dos adultos soropositivos que vivem na África Subsaariana. O local abriga dois terços dos 22 milhões de pessoas infectadas pelo vírus da Aids no mundo. Outro destaque negativo é que duas em cada cinco mortes contabilizadas no continente, entre homens e mulheres, ainda são provocadas por infecções e doenças parasitárias.
Porque os homens morrem mais cedo?
Segundo Rui Peixoto, cardiologista do Hospital Conceição, em Porto Alegre, até aos cinquenta e cinco anos de idade, de cada cinco homens um já infartou, de cada dezessete mulheres uma infartou. Os cardiologistas sugerem que esta vantagem feminina pode ser atribuída à proteção dos hormônios femininos e ao autocuidado na prevenção das doenças. A fisiologia da mulher, que a leva para o ginecologista, depois para o obstetra e finalmente com o filho ao pediatra, faz com que ela tenha vivência com os médicos mais frequente e duradoura. Ela também é mais firme na decisão de manter o tratamento, mesmo a longo prazo, quando portadora de doenças crônicas.
Ainda segundo o especialista, quando o assunto é doença, os homens usam um dos primeiros e mais primitivos mecanismos de defesa do ego: a negação. Entre as causas de adiamento da consulta médica, em primeiro lugar está o medo. "O paciente acha difícil enfrentar e aceitar a presença da doença e suas consequências. depois do medo, a vergonha é o motivo mais frequente para adiar a busca de ajuda profissional. Para o homem, admitir a doença pode parecer fraqueza e inferioridade", relata o médico.
Segundo dados do Ministério da Saúde, as causas básicas dos óbitos masculinos estão relacionadas ao álcool (incluindo acidentes de trânsito, quedas, afogamentos, entre outros). Dos 92.919 óbitos registrados em 2007, 82.834 (89,1%) foram de homens e 10.085 (10,9%) foram de mulheres.
No Brasil, os Acidentes de Transporte Terrestre (ATT) ocupam a segunda posição entre as mortes por causas externas de homens, sendo ultrapassados apenas pelos homicídios. Com relação às mortes causadas pelo trânsito, o país apresentou, em 2007, valores em números absolutos muito elevados de óbitos por acidente de transporte terrestre. Foram 35.155 óbitos causados por ATT.
População mundial
A mesma pesquisa revelou, ainda, que a população mundial triplicou, entre 1950 e 2010, chegando a quase 7 bilhões de pessoas. Neste total, há aproximadamente 57 milhões de homens a mais do que mulheres em todo o mundo.
O documento, que contém estatísticas e tendências sobre as mulheres no mundo, demonstra que o predomínio do número de homens sobre as mulheres é evidenciado em países mais populosos como a China, onde a proporção de homens é de 108 para cada 100 mulheres, e na Índia, onde são 107 homens para cada 100 mulheres.
Já na Europa a situação é inversa, lá existem mais mulheres que homens. No Leste Europeu são 88 homens para cada 100 mulheres e em outras partes da Europa o índice chega a 96 homens para cada 100 mulheres. Na América do Sul são 98 homens para cada 100 mulheres.