A discussão sobre os perigos do bronzeamento artificial não é de hoje. No Brasil o uso das câmaras de bronzeamento artificial é proibido desde 2009, mas ainda hoje encontramos diversos estabelecimentos que realizam o procedimento. Nos Estados Unidos, onde esse tipo de bronzeamento é permitido, uma nova pesquisa, publicada na edição de julho, da revista Pediatrics, promete reacender a discussão do tema.
O estudo relaciona o bronzeamento artificial – realizados com lâmpadas, camas ou cabines – e a incidência do câncer de pele. Esse tipo de procedimento emite uma quantidade de 10 a 15 vezes maior de radiação ultravioleta do que o banho de sol. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a exposição em câmaras de bronzeamento aumenta em 70% as chances de câncer de pele.
Ainda de acordo com a pesquisa, a probabilidade do desenvolvimento de células cancerígenas é ainda maior quando se começa a realizar esses procedimentos na adolescência e no começo da vida adulta. Nesses casos, o aparecimento do câncer pode ocorrer em idade precoce. Os resultam endossam a recomendação da Sociedade Americana de Pediatria, que sugere o mínimo de exposição aos raios ultravioletas para adolescentes e jovens.
No Brasil, o câncer de pele corresponde a 25% dos casos da doença. Quanto detectado precocemente tem altos índices de cura. O autoexame pode contribuir para o diagnóstico. Por isso, é importante reconhecer qualquer alteração nas pintas e sinais do corpo e procurar um médico ao sinal de qualquer desconfiança.
*Por Annia Cordeiro Lourenço, dermatologista da Clínica da Pele Annia Lourenço e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (www.annia.com.br).