Quem não se lembra das figuras das amas de leite do século XVIII registradas em desenhos e pinturas? O Ministério da Saúde quer deixar essa imagem para trás. Em 1993, o Ministério expediu portaria determinando a não adoção da amamentação cruzada – a prática de uma mulher amamentar o filho de outra. Ao contrário do que muitos pensam, a amamentação cruzada pode expor o recém-nascido a doenças transmissíveis pelo sangue.
A coordenadora de enfermagem do Hospital e Maternidade Santa Brígida, Sabrina Koerner Pinheiro, afirma que a amamentação cruzada não traz qualquer benefício. "Uma única mamada já é suficiente para expor o bebê ao risco de contrair muitas doenças assintomáticas, aquelas que a pessoa desconhece ser portadora, como, por exemplo, doenças infectocontagiosas: hepatite C, hepatite B ou até mesmo a AIDS", explica.
A analista de RH Telma Paim Pereira, de 33 anos, desconhecia que a amamentação cruzada colocaria o bebê em risco. "Eu amamentei o bebê de minha prima porque ele tinha fome e ela não estava presente. Eu pensei que eu estaria colocando-o em risco", ponderou Telma.
No Hospital e Maternidade Santa Brígida todas as mães são informadas sobre os benefícios do aleitamento tanto para seus bebês quanto para elas mesmas. "É neste momento que a mãe é orientada sobre o risco de outra pessoa amamentar o bebê", explica Sabrina. A enfermeira menciona que esta informação deve chegar a toda a família "para que a mãe se sinta amparada e incentivada por todos", esclarece a profissional.
Não existe leite fraco
Já está comprovado que é um mito achar que existe leite materno menos eficaz. Este alimento é necessário para os bebês e deve ser ofertado exclusivamente até o sexto mês. "Cada mãe produz a quantidade de leite necessária para o seu bebê, sendo desnecessário o uso de qualquer outro tipo de alimento, a não ser com indicação médica", diz a coordenadora de enfermagem do Hospital e Maternidade Santa Brígida.
O leite materno é rico em proteínas, cálcio e em ferro, gorduras, vitaminas e anticorpos necessários para o desenvolvimento do bebê. Também previne a obesidade e reduz a mortalidade infantil, diminui o risco da mãe ter hemorragias ou outras complicações pós-parto e ainda auxilia a mãe a perder mais rapidamente o peso ganho na gestação. "Criança que mama no peito tem menos risco de contrair doenças", destaca o mastologista e Diretor Técnico do Hospital Santa Brígida, Leônidas Noronha Silva.