Todo mundo sabe que bebês e crianças menores de 2 anos são muito frágeis e precisam de cuidados especiais. Mas, em algumas situações, o que parece ser uma forma de minimizar o choro da criança pode na verdade prejudicá-la. É o que acontece quando os pais chacoalham seus filhos para que parem de chorar e durmam. Isso porque o bebê chacoalhado em excesso pode apresentar a síndrome do bebê sacudido. Já ouviu falar?
O termo descreve uma série de sinais e sintomas que ocorrem quando a criança é sustentada pelas extremidades ou pelos ombros e é chacoalhada de forma mais severa, seja ou não intencional."A síndrome não é necessariamente provocada por maus tratos, já que pode ser causada por uma brincadeira", explica a pediatra Eliana Kuchpil Branco, do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), em Curitiba. O ato de chacoalhar demasiadamente a criança pode causar danos cerebrais - transitórios ou definitivos - e, em 30% dos casos, o bebê pode chegar a morrer.
A médica alerta que o risco é maior para crianças com menos de 1 ano, pois nesta faixa etária a cabeça do bebê é proporcionalmente maior, a coluna cervical mais frágil e por isso ficam mais sensíveis a movimentos de aceleração e desaceleração. De acordo com a pediatra, em geral as crianças não apresentam lesões externas, mas alguns sintomas podem identificar a síndrome. "Choro intenso, dificuldade de ficar acordado, tremores, vômitos, dificuldades visuais, convulsões e coma devem ser investigados como sintomas dessa síndrome", relata a médica. Nesses casos, as crianças devem receber assistência médica imediata, pois qualquer lesão cerebral que tenha ocorrido só tende a piorar sem o tratamento adequado.
É importante não confundir chacoalhar com balançar. Segundo Eliana Branco, não faz mal embalar o bebê nos braços, num balancinho ou no carrinho durante um passeio pela rua. O que não pode acontecer são os movimentos abruptos e violentos, seja na tentativa de cessar o choro ou para brincar com a criança. Por isso, tome cuidado também com a forma como você brinca com o seu pequenino.