A estudante do curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e fotógrafa Kimberly Nobille, de 18 anos, expõe, desde a primeira semana de outubro, uma série de fotos de pacientes que lutam contra o câncer de mama no Café com Propósito 100% Vegano, que fica na rua Espírito Santo, 1.123, no centro de Londrina. A exposição, batizada por Kimberly de Marina, vai estar no café até 21 de novembro para quem quiser ver.
Segundo Kimberly, todo o trabalho foi feito de modo independente. Ela explicou que a exposição foi possível graças à voluntária Cristiane Breve, que faz um trabalho de resgate da autoestima de mulheres atendidas pelo Hospital do Câncer de Londrina.
Foi Cristiane quem cedeu à estudante um espaço para montar um estúdio, onde foi possível fotografar as pacientes tranquilamente. A escolha de expor as imagens no Café com Propósito se deu pelo fato de o espaço apoiar o trabalho independente de artistas londrinenses.
A fotógrafa explica que teve alguns desafios para realizar as fotos e a exposição. No começo, ao ser apresentada às mulheres por Cristiane, algumas delas estavam muito tímidas com um pouco de medo de se mostrarem. No dia de fazer as fotos, houve uma mistura de reações, contou Kimberly.
Conforme ela, algumas das "modelos" estavam mais confiantes e se deixaram fotografar. Umas colocaram lenços, algumas até tiraram a blusa para mostrar as marcas que a luta contra o câncer deixou em seus corpos. Outras, mais tímidas, demoraram um pouco a se adaptar ao lugar e à presença de Kimberly com a câmera.
No fim da sessão, relatou a fotógrafa, as mulheres mais tímidas, vendo as outras se divertirem e se mostrarem com orgulho para a lente, conseguiram se soltar mais e se divertir com as fotos. "Algumas [das mulheres] que conversaram com outras que fotografaram as mamas voltaram para serem fotografadas de novo", lembrou a estudante.
Para revelar as fotos, Kimberly diz que foi um processo longo e até um pouco frustrante, pois ela procurou diversas gráficas pela cidade e não conseguiu chegar a um resultado que a satisfizesse. "Deu certo no último dia."
Ao falar sobre a receptividade do público com o projeto e da exposição em si, a estudante mostrou-se muito gratificada. "É ver que o seu trabalho e o trabalho de outras pessoas estão ali na sua mão, materializados."
A história de Marina
O nome da exposição foi escolhido em homenagem à Marina Glaeser, mãe de uma amiga de Kimberly. Ela explicou que a morte da mãe da amiga mudou completamente a vida dela, e por serem tão próximas, ver a amiga passar por algo tão forte foi algo que a tocou muito.
Ao explicar as histórias das mulheres com quem teve contato para a exposição, um pouco emocionada, ela contou: "Elas me permitiram, elas se permitiram ser fotografadas e admiradas assim, é até emocionante".
A exposição
No primeiro dia da exposição, que teve início em 7 de outubro, a estudante convidou as mulheres que participaram das fotos, as pessoas que a ajudaram a realizar o projeto e sua amiga Eloiza Glaeser, filha de Marina, a mulher que inspirou o nome da exposição, para irem ver o trabalho pronto.
"Elas tocaram a minha alma, eu pude ver a felicidade verdadeira delas no dia e como elas se sentiam naquele momento", descreveu.
A exposição é gratuita e está na sala dos fundos do Café com Propósito. São várias as fotos expostas, que retratam de forma delicada a batalha dessas mulheres contra o câncer de mama.
Algumas das fotos também estão dispobíveis na página do facebook e do instagram de Kimberly.