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Especialista esclarece sobre medicamento considerado o "Viagra feminino"

27 ago 2015 às 10:57

Recentemente o FDA (food and drug admistration) liberou a comercialização de uma medicação que promete ser o "Viagra feminino". O Flibanserin, cujo nome comercial é Addyi, atua no sistema nervoso central, modificando alguns neurotransmissores e levando a um aumento do desejo sexual. Atualmente a droga está liberada apenas para mulheres na pré-menopausa e ainda não chegou ao Brasil.

"Apesar de estar sendo chamada de Viagra feminino, a atuação do Flibanserin (Addyi) não é a mesma que a medicação masculina (trata a disfunção erétil e só é utilizada no dia da relação). O Addyi deve ser tomado diariamente e seu efeito é esperado após algumas semanas do início do tratamento", explica a ginecologista e obstetra Heloísa Brudniewsk.


Segundo a médica, o maior problema da droga são os efeitos colaterais, que podem ser brandos ou até apresentar sintomas que inviabilizam o seu uso. Os efeitos mais comuns são sonolência ou insônia, náusea, hipotensão e desmaios, não pode ser utilizado com álcool, pois os efeitos colaterais serão muito exacerbados.


A comercialização do Addyi terá inicio em outubro e só será permitida nos Estados Unidos para mulheres na pré-menopausa com diagnóstico de distúrbio de desejo sexual hipoativo generalizado adquirido (sua compra só será permitida com prescrição médica).


A especialista destaca que a sexualidade deve ser sempre discutida nas consultas ginecológicas e o tratamento da diminuição de libido exige não só uso de medicações, mas uma mudança no hábito de vida e às vezes é necessário também tratamento psicoterápico da mulher ou do casal.


Muitos especialistas associam a falta da libido ao estilo de vida da mulher atual, que muitas vezes tem uma alimentação ruim, não pratica atividade física e acumula diversas funções como trabalhar, cuidar da casa, dos filhos, além de diversas outras obrigações e tarefas do dia a dia.
"O uso de pílulas anticoncepcionais e alguns medicamentos como os antidepressivos também podem diminuir o desejo sexual e em algumas situações também é necessário investigar causas orgânicas que levam ao problema", recomenda Heloísa Brudniewski. Além desses fatores, na pré e pós-menopausa há uma queda importante de alguns hormônios, sendo essa uma das causas principais na diminuição do desejo sexual.


"Claro que a busca por novas medicações que auxiliem é sempre importante e traz sempre novos recursos para o tratamento, mas muitas vezes é necessário adotar outras medidas também", recomenda a ginecologista.

*Fonte: Heloisa Ferreira Brudniewski é médica ginecologista e obstetra, especializada em Videolaparoscopia/Histeroscopia e Uroginecologia.


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