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Enxaqueca atinge 30 milhões de brasileiros; 75% são mulheres

22 out 2014 às 10:50

A enxaqueca é uma doença hereditária, que atinge aproximadamente 30 milhões de pessoas no Brasil, segundo dados da SBCe (Sociedade Brasileira de Cefaleia). Um individuo com pai ou mãe que sofrem de enxaqueca tem 50% de chances de ter a mesma doença. Já em casos em que tanto o pai quanto a mãe tenham enxaqueca, a possibilidade do diagnóstico aumenta em 75%. E quando os episódios de enxaqueca ultrapassam três dias em um único mês, já é o momento de buscar auxílio médico e tratamento especializado.

Alguns alimentos como por exemplo os que contém muita gordura, açúcar, cafeína, além das bebidas alcoólicas podem provocar crises em pessoas predispostas. "A dieta alimentar não é a base do tratamento da enxaqueca, mas alguns alimentos podem provocar crises da doença em alguns casos", esclarece Thais Villa, neurologista chefe da Clínica de Cefaleias do HCor Neuro.


Segundo a neurologista do HCor, algumas situações como barulho, cheiros, claridade, atividade física, jejum, mudanças na rotina de sono e as alterações hormonais da menstruação e menopausa em mulheres, bem como da exposição ao estresse físico e emocional são facilitadoras da cefaleia, que são os gatilhos das crises de enxaqueca. ‘O diagnóstico da enxaqueca é realizado em uma consulta médica especializada, por meio de uma entrevista detalhada com o paciente, para saber qual a frequência, intensidade e os sintomas da cefaleia, já que não há exame específico para detectar a doença. Após a consulta inicia-se o tratamento a base de remédio prescrito pelo médico.


Alguns sinais e sintomas como náusea e muitas vezes vômitos são comuns para os pacientes que têm crise de enxaqueca. "Mas isso pode variar muito de pessoa a pessoa. Algumas alternativas não medicamentosas são importantes para minimizar a dor como o repouso em ambiente silencioso e pouco iluminado, uso de bolsa de água fria, massagens e o repouso. A automedicação ajuda apenas no momento de dor, portanto deve ser evitada, e o diagnóstico correto da enxaqueca é muito importante, além do acompanhamento de um profissional qualificado para o tratamento preventivo individualizado além de orientação de hábitos saudáveis", finaliza a Chefe da Clínica de Cefaleias do HCor.


Combate às crises


O primeiro passo para combater a enxaqueca é identificar seus gatilhos. Embora alguns sejam mais frequentes, como estresse e jejum prolongado, eles podem variar muito de pessoa a pessoa, por isso a avaliação clínica precisa ser bem detalhada e individualizada. "Uma consulta com a finalidade de detectar a enxaqueca precisa ser minuciosa e o paciente precisa ser ouvido com atenção em todas as suas queixas, pois o diagnóstico é clínico", explica Thaís.


O objetivo é eliminar o máximo de gatilhos possível e, ao mesmo tempo, tornar o cérebro mais resistente a eles, com um tratamento medicamentoso preventivo, utilizando neuromoduladores, betabloqueadores e até antidepressivos. "A doença é genética: não tem cura, mas tem controle", afirma a neurologista.


Gatilhos frequentes


Os gatilhos da enxaqueca costumam variar, mas existem alguns que são frequentes. Veja a lista dos principais:


- Estresse;
- Barulho;
- Cheiro forte;
- Claridade;
- Atividade física praticada irregularmente;
- Jejum prolongado;
- Mudança de rotina de sono;
- Álcool;
- Mudanças hormonais da menstruação.


Mais comum em mulheres


Estima-se que 75% das pessoas que sofrem com enxaqueca sejam mulheres, ou seja, três mulheres para cada homem. A grande maioria dos casos acontece em idade produtiva, entre 18 e 55 anos.


As crises costumam estar associadas às variações hormonais, como a queda de progesterona e do estrógeno, durante o ciclo menstrual. Por isso, o tratamento pode requerer um atendimento multiprofissional, incluindo um neurologista e ginecologista.


Alimentos facilitadores da enxaqueca


Cafeinados: café, chá, chocolates e alguns refrigerantes.


Alcoólicos: Cerveja, vinho, champanhe, vodka, whisky, saquê.


Gordurosos: Fritura, sorvete, frios, carne vermelha, alimentos industrializados, biscoito recheado.


Procure ajuda

O serviço de neurologia do HCor trata doenças como mal de Parkinson, doença de Alzheimer, dor de cabeça e enxaqueca, por meio de uma equipe multiprofissional para tratamento da enxaqueca, entre outras doenças neurológicas. Além disso, o neurologista clínico pode auxiliar a pessoa a ter uma maturidade mais saudável e produtiva com cuidados para retardar o declínio natural da memória.


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