Sabemos que a genética desempenha um fator importante na determinação do peso corporal, ou seja, se um indivíduo tem uma "tendência" ou predisposição a ser mais magro ou não. Entretanto, os fatores ambientais como hábitos alimentares ruins e sedentarismo são considerados como principais vilões em relação aos índices crescentes de obesidade vistos em todo o mundo.
Entre as variáveis importantes que determinam o peso corporal destaca-se também a capacidade de uma pessoa dormir adequadamente à noite ou o que se chama "padrão de sono noturno". Acredita-se que um sono ruim teria papel central na predisposição a ganho de peso e até possa prejudicar o emagrecimento. Infelizmente, o número de jovens adultos com duração de sono inferior a sete horas por noite é muito alto (quase 40%). De acordo com a endocrinologista Claudia Chang, "diversos estudos indicam que pessoas que dormem menos de 6 horas por noite têm maior chance de se tornarem obesas".
Existem alguns distúrbios do sono, por exemplo, como a síndrome de apnéia obstrutiva do sono, na qual a pessoa tem pausas respiratórias, às vezes prolongadas, durante o sono associado em geral a ronco, e que segundo Claudia Chang, "leva a uma grande dificuldade de perda de peso e pior: até ganho". Isto acontece porque durante o episódio da apnéia, há a parada do fluxo respiratório, liberação de hormônios (insulina, adrenalina, cortisol) que geram ganho de peso. "Sim, é como se estivéssemos comendo um bolo de chocolate enquanto dormimos", exemplifica a endocrinologista.
"O reconhecimento, da síndrome de apnéia obstrutiva do sono é fundamental em pessoas que querem perder peso ou não estão conseguindo. Seu tratamento não somente ajuda no processo de emagrecimento, mas também auxilia no controle da pressão arterial e até do diabetes, quando presentes", adverte Claudia.