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Dorme demais e está sempre cansado? Você pode ter hipersonia

21 dez 2015 às 10:29

Em meio à vida corrida e estressante, tão comum hoje em dia, é quase 'normal' que as pessoas se sintam cansadas e sonolentas em boa parte do dia. Mas para algumas delas a situação é ainda pior, pois as horas de dormidas não são reparadoras. Por mais que durmam por 8, 12 e até 15 horas seguidas, e tirem sonecas durante o dia, elas simplesmente continuam com sono. O cansaço é praticamente constante e ficar acordado pode ser um transtorno, já que a sonolência causa desânimo e inúmeros bocejos ao longo do dia. Pessoas assim lutam contra um distúrbio raro chamado hipersonia e podem pegar no sono a qualquer momento.

Segundo pesquisadores da Associação Espanhola de Narcolepsia e Hipersonia (AEN), na maioria dos casos, essas pessoas não têm dificuldade alguma para dormir, mas para elas o sono não acaba com o cansaço. Pacientes que sofrem de hipersonia apresentam sinais de privação do sono, como falta de energia para as atividades cotidianas e dificuldade de concentração e raciocínio. Também têm muita dificuldade para acordar e se levantar, além de se sentir permanentemente confuso e irritado. Outros efeitos desse distúrbio são fadiga, cansaço, perda de concentração e de memória. O agravante é que esses fatores acabam influenciando a autoestima, a vida social e a rotina de trabalho dos portadores do distúrbio.


De acordo com a Associação Americana de Sono (AAS), a hipersonia se assemelha à narcolepsia (condição neurológica de sono incontrolável) pelos sintomas, mas, enquanto muitos narcolépsicos têm problemas para dormir, quem sofre de hipersonia consegue dormir tranquilamente e até melhor do que a maioria das pessoas.


A hipersonia pode ser ocasionada por outros transtornos de sono e também por fatores genéticos – ou também pelo uso de certos medicamentos ou drogas. O distúrbio também pode aparecer em pessoas que têm fibromialgia (síndrome que provoca dores em todo o corpo) ou em pessoas que sofreram danos cerebrais.


Números da ASS mostram que esta é uma doença relativamente rara, que afeta 1% da população. É ligeiramente mais comum em mulheres do que em homens e normalmente só começa na idade adulta.


Tratamento


Normalmente, o distúrbio é tratado com estimulantes e anfetaminas – e às vezes com antidepressivos. No entanto, especialistas em distúrbios do sono dizem que uma 'higiene de sono' adequada é a mudança de conduta mais importante que deve ser implementada. Isso inclui estabelecer horários de sono regulares, ter um ambiente adequado para dormir e uma cama com travesseiros confortáveis, além de evitar a cafeína e outros estimulantes perto da hora de dormir.


Sensação de cansaço


Mas esses conselhos não parecem ter sido muito efetivos para Danielle Hulshizer. Ela sofre de hipersonia idiopática há anos e por isso está sempre cansada, ainda que durma a noite toda e ainda tenha cochilos durante o dia – o cansaço nunca desaparece. Ela conta que acorda tão cansada quanto estava ao dormir – mesmo depois de 12 horas contínuas de sono.


Como a maioria das pessoas, quando era mais nova Danielle atribuía o cansaço ao estresse e à agenda sempre lotada. Nunca pensou que pudesse ter um problema real, até que foi diagnosticada, anos depois, com hipersonia.


Tipos de hipersonia


Hipersonia recorrente: pouco frequente (apenas 200 casos são conhecidos). Acontece entre 1 e 10 vezes ao ano.


Hipersonia idiopática (ou primária) com sono prolongado: sonolência excessiva, constante e diária durante pelo menos três meses. O sono noturno se prolonga durante umas 12 ou 14 horas. E há grande dificuldade para acordar.


Hipersonia idiopática (ou primária) com sono reduzido: o sono dura entre 6 e 10 horas. Os pacientes podem ter dificuldade para acordar tanto do sono noturno, quanto para sestas.
Sono insuficiente induzido pelo comportamento: voluntário, mas não buscado diretamente, derivado de comportamentos que não permitem alcançar a quantidade de sono necessária para manter nível adequado de vigília e alerta.

Outros tipos de hipersonia: devido a doenças (doenças neurológicas ou transtornos metabólicos, entre outros); hipersonia secundária ocasionada pelo consumo de medicamentos ou drogas. (Com informações da BBC Brasil)


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