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Melhor prevenir

Doença inflamatória pélvica causa problemas em 25% dos casos; infertilidade é um deles

Redação Bonde
23 out 2014 às 09:34

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- Reprodução
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Uma em cada quatro mulheres com doença inflamatória pélvica (DIP) tem sequelas a longo prazo. A infertilidade é uma delas – podendo afetar até 60% das pacientes depois de um episódio. Nos Estados Unidos, a DIP atinge 1,5 milhão de mulheres todos os anos. De acordo com Assumpto Iaconelli Junior, especialista em Medicina Reprodutiva e diretor do Fertility Medical Group, trata-se de uma infecção do trato genital feminino que pode incluir o endométrio, as trompas uterinas e os ovários, principalmente. Apesar de estar associada com doenças sexualmente transmitidas, a DIP é resultante de um processo polimicrobiano. Ou seja, inúmeros micro-organismos podem estar envolvidos e o uso de preservativo representa uma importante barreira contra eles.

"Com diagnóstico difícil, o sintoma mais comum da DIP é dor abdominal baixa. Mas também pode haver dor durante o ato sexual, dor lombar, febre, calafrios, náuseas, além de corrimento, coceira, sangramento e odor. Em contrapartida, há mulheres que não apresentam nenhum desses sintomas clássicos. Daí a importância redobrada de o clínico conhecer bem a paciente e estar sempre atento para essa possibilidade. Afinal, além de resultar em infertilidade, essa doença também pode favorecer uma gestação ectópica (nas trompas de falópio) e até mesmo episódios de aborto espontâneo", diz Iaconelli.

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Bem documentada por vários estudos empreendidos na Suécia, a relação entre a doença inflamatória pélvica e a infertilidade alertam para a necessidade de maior prevenção. Pacientes com danos leves têm 3% de chance de se tornarem inférteis. Danos moderados elevam essa taxa para 13%. Quando os danos tubários são graves, as chances de não poder mais engravidar são de 29%. Já quem passou por três ou mais episódios de DIP durante o período reprodutivo tem 40% de chances de enfrentar impedimentos para ter um bebê.

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"Além do histórico de doenças inflamatórias prévias, outros fatores de risco predispõem a paciente a novos episódios, como a existência de múltiplos parceiros sexuais (mais de dois num período de 30 dias), infecção por organismo sexualmente transmissível e praticar sexo sem uso de preservativo (anticoncepcional sem barreira). Mais um detalhe importante: até três semanas após a inserção do DIU (dispositivo intrauterino), as mulheres também devem estar bem atentas, já que esse período as predispõe seis vezes mais a um episódio de DIP", afirma o especialista.


Assumpto Iaconelli Junior revela que o atendimento às adolescentes que já manifestaram doença inflamatória pélvica deve ser programado em intervalos mais curtos. "As meninas têm apresentado maior recorrência de DSTs após o tratamento de DIP, bem como de gravidez indesejada. Apesar de teoricamente ser um grupo com mais acesso a informações, elas têm negligenciado mais as formas de se praticar sexo seguro. Mesmo que não haja dor pélvica crônica, podem enfrentar muitos obstáculos no futuro, quando decidirem formar uma família. Nesse sentido, um dos maiores empenhos na prevenção da DIP tem sido o rastreamento e o tratamento de infecções assintomáticas por clamídia em pacientes com menos de 25 anos. É importante que esse tipo de problema nunca passe despercebido pela paciente nem por seu médico".

*Assumpto Iaconelli Junior é médico ginecologista, especialista em Medicina Reprodutiva e Fertilização Assistida, além de ser diretor do Fertility Medical Group – www.fertility.com.br.


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