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Comum em mulheres, maioria dos nódulos da tireoide é benigna

01 ago 2014 às 09:37

A tireoide é uma glândula localizada inferiormente na face anterior do pescoço e é responsável principalmente pela produção de hormônios que regulam o metabolismo (ganho e gasto de energia) do corpo. O surgimento de nódulos nesta glândula é muito comum em mulheres e a chance de tê-los aumenta com a idade. A deficiência de iodo na dieta é uma causa, embora a maioria não tenha um agente determinado.

Nas últimas décadas, houve aumento na detecção do nódulo tireoidiano por causa do maior uso da ultrassonografia e de outros exames da região cervical, como ressonância magnética. "Os nódulos são detectados na maioria das ultrassonografias realizadas em adultos, no entanto, apenas 5% deles são malignos, ou seja, câncer. A vasta maioria é benigna e assintomática, embora sintomas como dificuldade ou desconforto ao engolir e rouquidão possam surgir, principalmente pelo aumento da glândula por conta do número ou do tamanho dos nódulos", explica Ricardo Delfim, radiologista da Clínica de Diagnóstico por Imagem (CDPI).


A maioria dos nódulos de tireoide não causa nenhuma alteração hormonal e não necessita de tratamento, e sim de acompanhamento. "Somente uma avaliação clínica e testes laboratoriais mostrarão se o nódulo é hiperfuncionante (produtor de hormônio) ou não. Esses testes não servem para diagnosticar câncer, que é considerado raro", afirma Delfim. O câncer de tireoide representa menos de 2% dos cânceres em homens e cerca de 2 a 5% em mulheres, segundo a Estimativa de Câncer 2014 do Inca.


Atualmente, a ultrassonografia é o principal exame para a avaliação do nódulo tiroidiano e deve ser feita por um profissional bem treinado, com título de especialista pelo Colégio Brasileiro de Radiologia, se possível dedicado à tireoide, e em equipamento sensível com Doppler colorido. "Com esse exame será descrita a presença de características suspeitas, ressaltando o(s) nódulo(s) que tem maior chance de ser câncer. Estes serão submetidos à punção aspirativa por agulha fina guiada por ultrassonografia. O exame é considerado simples, rápido, relativamente indolor, semelhante a uma coleta de sangue. Consiste na coleta de uma quantidade mínima de líquido do nódulo para o estudo citopatológico (análise das células)", explica o especialista.

O sucesso do exame depende principalmente da experiência do médico que faz o procedimento e do citopatologista que examinará a amostra. Com o advento da punção aspirativa por agulha fina, muitos nódulos benignos deixaram de ser submetidos à cirurgia, mas ainda há a possibilidade de remoção, por conta do quadro clínico, independentemente do resultado benigno. Os nódulos suspeitos ou mesmos os que não tenham esse diagnóstico, mas com quadro ultrassonográfico ou clínico que sugira risco de malignidade devem ser submetidos à cirurgia. Confirmado cirurgicamente o diagnóstico de câncer, em determinados casos, é realizado tratamento complementar com iodo radioativo, assim, as chances de cura são grandes. O acompanhamento de um especialista é essencial para o sucesso desse tratamento.


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